Ian Khama e mais 12 líderes políticos que haviam sido convidados pela Plataforma para Democratas Africanos (PAD) ficaram retidos por mais de oito horas e sem qualquer explicação no Aeroporto 04 de Fevereiro. Posteriormente, o antigo Presidente do Botswana seria libertado, mas acabou preferindo não participar no evento.
Reagindo, o político disse “até agora, já devem ter ouvido o que aconteceu em Angola na Quinta-feira (13.03) da semana passada para aqueles que pretendiam participar de uma conferência da Plataforma para Democratas Africanos (PAD), descreverei isso como cinco pontos do que ocorreu: 1º-negação de vistos; 2º-detenção; 3º–deportação; 4º-privação de alimentos; 5º e último–desrespeito.”
Prosseguindo, Ian Khama afirmou que “isto aconteceu a muitos dos delegados que são nacionais de países africanos e de outros continentes. E tudo isto aconteceu sem explicação ou pedido de desculpas. Entretanto, a União Africana tem como alguns dos seus objectivos: 1 – Alcançar maior unidade e solidariedade entre os países africanos e os seus povos; 2 – Incentivar a cooperação internacional; 3-Promover a paz e segurança e estabilidade no continente; 4 – Promover princípios e instituições democráticas; e 5 – Promover e proteger os direitos humanos e dos povos.”
E presentemente, Angola é membro da União Africana e o Presidente de Angola é o líder da UA, portanto, a questão é: Angola e o seu líder respeitarão os objectivos desta organização? A Plataforma para Democratas Africanos (PAD) não se trata de mudança de regime, mas sim, busca promover esses objectivos de boa governança africana, democracia e direitos humanos, de modo a influenciar líderes e governos no continente a abraçar isso para o seu povo, a fim de criar emprego e reduzir a pobreza e a desigualdade e envolver-se no desenvolvimento económico e na melhoria da qualidade de vida para proporcionar prosperidade ao povo do continente.
Entretanto, Khama questiona, “se os governos abraçarem a democracia, o povo abraçará os seus governos. Portanto, a UA deve ser sobre defender os direitos das pessoas e não sobre defender a permanência dos líderes no poder. Assim, este é um teste para ver como a UA responde à violação dos seus objectivos por um dos seus Estados-membros e pelo seu líder. A luta pela democracia é contínua. A luta continua, obrigado!”
De referir que a PAD exigiu que o Presidente João Lourenço venha a público pedir desculpas aos delegados deportados, a organização do evento e do povo. (Omardine Omar)