As pessoas são mortas por armas do Governo e por seres humanos que o que lhes diferencia das outras pessoas é meramente a farda e o distintivo que transportam e nada mais. Mas, mesmo assim, sentem-se donos das vidas dos outros, porque, supostamente, não terão nenhuma responsabilidade após o acto. É um cenário tenebroso e de extermínio que estamos assistindo à luz do dia e sem qualquer movimento certo para dizer basta!
A morte de um ser-humano igual virou um acto desportivo em Moçambique, onde pela primeira vez na história assiste-se a um Governo a matar seu próprio povo a tiros, depois de décadas matando por meio da fome, pobreza, corrupção e injustiças sociais. Hoje encontraram outro método para apressar a sanha assassina.
Nas ruas, a população grita “não queremos polícia assassina!”, em resposta, o povo vai enterrar mais um membro da sua comunidade! Os homens são tão cruéis que até parecem imortais e com coração de pedra. Alguns até parecem que não são pais, filhos ou avós. Vivem com se tivessem nascido já grandes. A alma deles parece ter sido removida, e agem como se tivessem a receber ordens do próprio “Deus Todo Poderoso”.
Até ao momento não se entende para onde esta situação vai nos levar, mas o certo é que a relação entre as autoridades policiais e a comunidade no seu todo já não será mais a mesma e o País e as gerações vindouras é que serão os grandes perdedores desta acção que hoje nos divide. (Omardine Omar)