A viagem aconteceu após o atentado a sua Caravana na Cidade de Maputo durante um comício popular e numa altura em que já tinha sido marcada uma audição na Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito do processo-crime instaurado no contexto das manifestações pós-eleitorais.
Logo após o incidente, Venâncio Mondlane “sumiu” sem dar notícias e na manhã seguinte circularam vídeos nas redes sociais mostrando a sua saída do país, o que fez com que algumas vozes concluíssem que estaria a fugir da justiça, o que prontamente desmentiu durante o seu regresso.
“Não, de forma alguma, porque sabe que no dia 9 de Janeiro quando eu cá cheguei eu tinha definido três objectivos que me levaram a voltar ao país e um deles era estar à disposição da justiça porque eu vi vários comunicados da PGR que diziam haver vários processos contra mim apesar de eu nunca ter sido notificado sobre os mesmos, então eu dizia que estava aqui presente para responder contra a justiça para tudo que eu for acusado”, aclarou Venâncio.
Para acabar com as especulações, Venâncio apresentou os objectivos da sua viagem ao Botswana. “O primeiro foi um convite que recebi do Conselho da SADC das ONGs (…) o segundo tem a ver com a visita, o convite que tive do antigo Presidente do Botswana Ian Khama (…) o terceiro tem a ver com uma parceria que fizemos com a Media 1, um canal de média global que estava no Botswana”, explicou.
Em relação aos assassinatos dos apoiantes de Venâncio Mondlane, cujo último caso aconteceu no fim-de-semana no distrito da Massinga, na província de Inhambane, o autoproclamado Presidente do Povo associa a situação ao discurso do Presidente da República, Daniel Chapo, quando prometeu acabar com as manifestações mesmo que fosse necessário “jorrar sangue”.
Sobre a sua audição na PGR, adiada para esta Terça-feira, no âmbito do processo-crime número 73/11/P/2024, Venâncio diz não ter grandes expectativas, por existirem várias queixas submetidas naquela instituição de justiça, mas nenhuma delas teve desfecho, pelo que irá tranquilo a audição. (Ekibal Seda)