Pejul Calenga, em entrevista à maior estação radiofónica do país, Rádio Moçambique, Pejul Calenga destacou a significativa redução na matança de elefantes no país.
“Há 10 ou 15 anos, perdíamos entre 1.000 e 1.500 elefantes por ano. Actualmente, as perdas são inferiores a 100 por ano”, afirmou Calenga, citando exemplos positivos como a Reserva Especial do Niassa e o Parque Nacional da Gorongosa, onde não há registos de mortes de elefantes por caça furtiva há dois anos consecutivos.
O Director-Geral atribui essa redução à melhoria na fiscalização e ao fortalecimento das leis de conservação. O número de fiscais aumentou consideravelmente, passando de um agente para cada 150 km² para um para menos de 100 km².
Além disso, a ANAC intensificou a cooperação com o sistema judiciário. A aprovação da Lei de Conservação em 2014 permitiu penas mais rigorosas para os crimes contra a vida selvagem. “O compromisso do sistema judiciário, dos procuradores e dos tribunais tem sido essencial”, destacou Calenga.
Outras estratégias incluem o combate ao tráfico de produtos da fauna. A instalação de unidades caninas nos aeroportos e a parceria com os serviços de alfândega ajudaram a fechar rotas utilizadas por caçadores furtivos e cartéis.
Para consolidar os avanços, a ANAC mantém um trabalho contínuo com as comunidades locais, uma vez que muitos caçadores vêm dessas regiões. “Envolver as comunidades é benéfico e ajuda a conter o problema”, explicou Calenga.
A coordenação entre diferentes órgãos e o uso de tecnologia para monitoramento dos fiscais também fazem parte das estratégias para garantir a preservação da vida selvagem no país. (Nando Mabica)