INTEGRITY, MAPUTO, FEVEREIRO DE 2025 – Não é preciso ser engenheiro para constatar o óbvio: estas vias são autênticas destruidoras de veículos, uma armadilha constante para quem ousa percorrê-las.
Nos dias secos, o percurso transforma-se num jogo de perícia, onde os condutores são forçados a escolher, não o melhor caminho, mas sim o buraco menos destrutivo para os seus carros. Quando chove, a situação torna-se dramática. As crateras que já dificultavam a passagem convertem-se em autênticos lagos, tornando a travessia um desafio até mesmo para viaturas pesadas.
Para responder a este problema, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo adjudicou, em abril de 2022, à empresa Maguta Construções a reabilitação da via que liga a subida de Chamissava ao Centro de Saúde de Incassane, na zona da Marinha. A obra, orçada em 65.167.721,05 meticais, deveria estar concluída em dezembro do mesmo ano, num prazo de oito meses. No entanto, o tempo passou e o que era para ser um alívio transformou-se num enigma: a estrada continua por concluir, o empreiteiro desapareceu e os trabalhadores deixaram de ser vistos no local.
O caso não é novo. São inúmeras as obras públicas que começam com grande pompa e circunstância, apenas para serem abandonadas a meio do caminho, sem explicações. Enquanto isso, os moradores de Incassane e Chamissava continuam esquecidos, reféns de uma estrada intransitável e de um silêncio que pesa mais do que o pó seco das ruas ou a lama traiçoeira das chuvas. Sem respostas e sem soluções à vista, resta-lhes contar os prejuízos e esperar… até quando? – Onélio Duarte