O arranque do Coral Norte, da Eni, poderá obter alguns ganhos para o Estado, os quais ainda assim são um paliativo face à actual crise económica. A petrolífera italiana já tem em operação o projecto Coral Sul desde Novembro de 2022. Até Junho de 2024, últimos dados disponíveis, este Projecto registou 63 carregamentos de GNL, totalizando 4,48 milhões de toneladas. Como se tratam de operações “offshores” escapam à instabilidade que existe na província de Cabo Delgado motivada pelos ataques terroristas, os quais têm levado à paralisação do projecto de gás natural dos franceses da TotalEnergies.
Na sequência da contestação popular aos resultados das eleições de 9 de Outubro de 2024, as finanças moçambicanas foram-se deteriorando, tanto pela via da escassez de receitas como da incapacidade do Estado para captar divisas. Esta combinação de factores resultou numa enorme fragilidade do Estado, o qual tem sido incapaz de respeitar os seus compromissos, por exemplo, o pagamento de salários.
Para responder parcialmente a este problema, o Governo deverá mesmo avançar com uma desvalorização do metical para ter acesso a divisas. Esta opção irá naturalmente ter impacto nos preços. Daí que o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, tenha admitido, no dia 16 de Fevereiro, a possibilidade de retirar o Imposto Sobre Valor Acrescentado (IVA), em produtos de 1ª necessidade e a intervir para redução dos preços de combustíveis, visando aliviar o custo de vida. (Negócios/IMN)
