Segundo o comunicado divulgado aos trabalhadores, a greve será acompanhada de uma passeata pacífica, com concentração marcada para as 6h30 nas dependências do Conselho Municipal. O percurso inclui paradas estratégicas, como a Assembleia Municipal, a Diretoria Provincial de Economia e Finanças, o Gabinete do Governador Provincial e o Gabinete da Secretaria de Estado.
Entre as principais exigências, destacam-se: Pagamento de salários conforme o decreto vigente; Liquidação de retroactivos desde a aprovação da Tabela Salarial Única (TSU); Devolução dos valores descontados para aposentadoria e INSS, que não foram direccionados às contas devidas e Regularização das mudanças de carreira e progressões funcionais, conforme o REGFAE.
O apelo para aderir à greve é direcionado aos funcionários de todos os sete postos administrativos da cidade, bem como aos trabalhadores da EMUSA, EMTPQ, setor de cemitérios e Polícia Municipal. A organização da greve enfatizou que, durante o período de paralisação, todas as atividades devem ser suspensas e os setores envolvidos serão fechados.
Em um tom resoluto, os grevistas informaram que a paralisação poderá ser prolongada caso suas exigências não sejam atendidas. “Juntos lutamos pelos nossos direitos”, é a frase que encerra o comunicado, reflectindo a determinação do movimento.
Manuel de Araújo, actual presidente da Câmara Municipal de Quelimane, está no poder desde 2011, quando foi eleito inicialmente pelo MDM (Movimento Democrático de Moçambique). Após sua saída do MDM, ele se filiou à Renamo, partido pelo qual venceu as eleições autárquicas de 2023, renovando seu mandato. Sua liderança tem sido marcada por diversas iniciativas para o desenvolvimento da cidade, mas também enfrenta desafios, como a insatisfação de parte dos trabalhadores do município, que expressam suas queixas por meio dessa greve.
A situação em Quelimane reflecte uma tensão entre a administração local e os servidores municipais, que buscam uma solução para suas demandas salariais e de direitos. O desenrolar da greve será um teste importante para a gestão de Manuel de Araújo e para a resolução das questões pendentes com os funcionários municipais. (Nando Mabica)