A administração de Donald Trump, com a influência do bilionário Elon Musk, intensificou os cortes de funcionários públicos nos EUA na sexta-feira, com a demissão de mais de 9.500 trabalhadores em diversas agências federais. As demissões ocorreram em diversos departamentos, como Interior, Energia, Assuntos de Veteranos, Agricultura e Saúde e Serviços Humanos, afetando principalmente funcionários em período probatório, que possuem menos proteção no trabalho.
As demissões, noticiadas pela agência Reuters, ocorreram após uma iniciativa da administração Trump que já tinha levado cerca de 75.000 trabalhadores a aceitarem indenizações para sair voluntariamente, correspondendo a aproximadamente 3% das 2,3 milhões de pessoas em serviços públicos. Trump justifica as medidas com o combate às gorduras e desperdícios do Estado, num momento em que a dívida pública americana atinge 36 triliões de dólares.
As demissões geraram preocupação em serviços essenciais. O Serviço Florestal dos EUA dispensou cerca de 3.400 funcionários, enquanto o Serviço de Parques Nacionais perdeu cerca de 1.000 empregados. Além disso, o Internal Revenue Service (IRS) planeia cortes que podem afetar a arrecadação de impostos, com prazo final para declarações em abril.
O impacto das medidas também atingiu a segurança nuclear, com entre 1.200 e 2.000 trabalhadores do Departamento de Energia demitidos, incluindo 325 da Administração Nacional de Segurança Nuclear. No entanto, parte dessas demissões foi revertida para manter a segurança nacional.
Democratas e vários críticos da administração Trump apontam que as demissões fazem parte de um plano para reduzir a regulação sobre grandes corporações e alertam que a influência de Musk, que lidera o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) responsável por estes cortes, pode colocar serviços essenciais em risco.
Vários sindicatos e alguns estados democratas têm entrado com ações na Justiça para tentar bloquear o plano, enquanto tribunais federais analisam a legalidade das medidas. (DN)