A Cidade de Maputo e a Província de Nampula figuram como os maiores epicentros dos conflitos.
A informação foi avançada durante o Seminário Público sobre Violência Pós-Eleitoral e Direitos Humanos em Moçambique, realizado na Segunda-feira.
Conforme a instituição, as mortes foram causadas por balas e outros engenhos accionados pela Polícia da República de Moçambique (PRM).
“O trabalho de confirmação das mortes até o momento realizado importa indicar que somente em Maputo já estamos a 90 por cento, confirmamos 348 vítimas mortais. O trabalho de confirmação ainda continua”, referiu Adriano Nuvunga, Director do CDD.
O CDD chegou a estes números após jornadas de verificação nas quais procuraram certificar as ocorrências mediante buscas por certidões de óbito, visitas às famílias enlutadas e entrevistas aos vizinhos das vítimas.
Em relação ao episódio de carbonização num armazém em Benfica, o CDD até agora conseguiu identificar seis vítimas e exige responsabilização do Estado e do proprietário do estabelecimento. Para Nuvunga a carbonização foi protagonizada pelo proprietário com conivência dos agentes da PRM.
Já sobre a evasão de reclusos na Cadeia Central e do Estabelecimento Penitenciário de Máxima Segurança da Machava o CDD desmente os números apresentados pelas autoridades policiais.
“O Estado reconhece que matou 34 e não reconhece as outras, e nós conseguimos contabilizar que são ao todo 102 vítimas mortais que o Estado matou e às escondidas foi fazer enterro no cemitério”, denunciou Nuvunga.
Durante o seminário, o Serviço Nacional de Investigação Criminal negou que agentes desta instituição protagonizaram excessos durante as manifestações pós-eleitorais. Aliás, afirma serem indivíduos desconhecidos que usam o nome da instituição para manchá-la.
“Há agentes que usando nome do SERNIC, a paisana e portando armas praticam excessos e não é o SERNIC. Fizemos um trabalho interno (…) não constatamos nenhum agente nosso”, negou Boaventura Bila em representação do SERNIC desafiando as organizações da sociedade civil a provar o envolvimento dos seus agentes nesses actos. (Ekibal Seda)