Após o fracasso do programa “Um estudante universitário, um computador”, lançado em 2020 pelo então Presidente Filipe Nyusi, a nova proposta surge como uma espécie de tentativa de “revitalizar dessa agenda”, desta vez integrada no Pilar II — Transformação Social e Demográfica, do Programa Quinquenal do Governo (PQG) 2025–2029.
Sob a responsabilidade do Ministério das Comunicações e Transformação Digital, a nova iniciativa visa adquirir 5.000 dispositivos digitais (tablets ou laptops) para estudantes necessitados, matriculados em cursos das áreas prioritárias de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM).
O objectivo principal é promover o equilíbrio entre o crescimento demográfico e o investimento no desenvolvimento humano, garantindo melhores condições de vida para a população através da inclusão digital. O custo estimado da acção é de 34.005,00 meticais, e a distribuição será feita nacionalmente.
A proposta faz parte do Plano de Acções de Impacto para os Primeiros 100 Dias de Governação, que prevê um total de 78 acções de curto prazo, concebidas para gerar resultados imediatos e melhorar o bem-estar da população moçambicana. Estas acções abrangem diversas áreas de intervenção, incluindo educação, saúde, emprego, infraestruturas, e combate à corrupção, promovendo a estabilidade social e política no país.
O fracasso de Nyusi e a nova esperança
O programa “Um estudante universitário, um computador”, anunciado durante a pandemia da Covid-19 em 2020, era uma medida urgente para garantir o acesso dos estudantes universitários às tecnologias de informação, num contexto em que o ensino presencial foi substituído pelo virtual. No entanto, o projecto foi um dos maiores exemplos de promessas não cumpridas pela administração de Nyusi.
Durante quase cinco anos, Daniel Nivagara, então ministro do Ensino Superior, permaneceu numa posição ambígua sobre a implementação do programa. Ora afirmava haver financiamento, ora negava a existência de verbas disponíveis. Algumas universidades (por exemplo, a UniLicungo) chegaram a abrir concursos para a selecção dos estudantes beneficiários, mas a entrega dos equipamentos nunca aconteceu. O projecto acabou por ser arquivado sem qualquer execução prática.
Além da distribuição de dispositivos digitais, o plano de 100 dias inclui também a efectivação de ligações de gás natural canalizado para 200 residências na Cidade de Maputo, numa iniciativa liderada pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia. O custo estimado para este projecto é de 2.400.000,00 meticais, e o objectivo é alargar o acesso a fontes de energia mais limpas e económicas para as famílias moçambicanas, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis tradicionais.
O sucesso deste plano será medido por meio de indicadores concretos, como o número de estudantes beneficiários dos dispositivos digitais e o número de consumidores de gás natural canalizado. A monitoria constante permitirá ajustar as acções para garantir a sua eficácia e eficiência, assegurando transparência e confiança no processo de governação.
Contudo, a expectativa geral é que o Governo de Chapo corrija os erros do passado do seu antecessor e camarada do partido “Filipe Nyusi”, e transformar promessas ora imóveis em acções concretas. (Bendito Nascimento)