De acordo com Pouyanné, o Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos (US EXIM BANK) deverá anunciar em breve o seu apoio ao projecto, enquanto outras agências de crédito à exportação devem concluir o processo de financiamento nos próximos meses.
O executivo destacou ainda que, apesar dos avanços, a segurança na província de Cabo Delgado “nunca será perfeita”, mas os esforços conjuntos entre Moçambique e países parceiros têm garantido melhorias significativas.
“Estive recentemente em Moçambique, onde me reuni com o Presidente da República. O bom sinal é haver uma grande continuidade no que diz respeito ao equipamento de segurança e às lideranças envolvidas. O actual ministro da Energia já fazia parte das estruturas anteriores, assim como os ministros da Defesa e outros autores-chave. Isso demonstra uma vontade clara de dar continuidade aos projectos de energia”, disse Pouyanné.
O presidente da TotalEnergies afirmou que os acordos de segurança firmados entre Moçambique e os países da região continuarão em vigor. Segundo este, as condições de segurança na Península de Afungi, onde está localizado o projecto, melhoraram consideravelmente, permitindo a retoma dos trabalhos de construção. Contudo, reconheceu que a situação nas áreas mais distantes da península ainda requer atenção especial.
Sobre o financiamento, Pouyanné explicou que as negociações com diversas agências de crédito à exportação foram inicialmente complexas, mas avançaram positivamente. “Esperamos que o apoio do US EXIM seja confirmado em poucas semanas, o que é fundamental, já que representa uma parcela significativa do financiamento do projecto, quase 5 mil milhões de dólares”, afirmou.
O projecto de gás de Moçambique LNG, avaliado em cerca de 20 mil milhões de dólares, é um dos maiores investimentos em curso no país. Segundo Pouyanné, a TotalEnergies está trabalhando em estreita colaboração com a ExxonMobil para garantir que o projecto se mantenha viável e rentável, mesmo diante de desafios operacionais e financeiros.
Embora o objectivo inicial fosse lançar o projecto em 2029, Pouyanné admitiu que atrasos de seis meses a um ano poderão ocorrer. “A nossa prioridade é assegurar que o projecto seja executado com um CAPEX aceitável e que gere valor a longo prazo. Temos várias opções no nosso portfólio de GNL, e Moçambique continua a ser uma das mais importantes”, acrescentou.
Portanto, a TotalEnergies mantém-se optimista quanto ao futuro do projecto, mas reforçou que a segurança e a estabilidade na região de Cabo Delgado continuarão a ser aspectos críticos para o avanço sustentável da iniciativa.
Contudo, o Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos (U.S. EXIM Bank) havia anteriormente aprovado um empréstimo de 4,7 mil milhões de dólares para o projecto. Contudo, a suspensão das operações em 2021 impossibilitou qualquer desembolso, sendo agora necessária uma nova aprovação. (Bendito Nascimento)