INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 03 de Outubro de 2022– É uma situação que está a agitar as diferentes companhias militares do Comando do Exército das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM); em causa, está o despacho número 003/CDTE/EX/2022, Série “P”, assinado pelo Comandante do Exército, o Major-General Tiago Alberto Nampele, que entra em vigor no próximo dia 06 de Outubro de 2022, quinta-feira.
No documento em questão, o Comando do Exército avança que “nos termos estabelecidos no número 1, do artigo 30 da Lei n° 32/2009, de 25 de Novembro, Lei de Serviço Militar, conjugado com a alínea a) do n° 1 do artigo 307 do Estatuto do Militar das Forças Armadas, aprovado pelo Decreto n° 20/2018 de 26 de Abril e no uso das competências que me são conferidas pela alínea g) do artigo 38 da Estrutura Orgânica das FADM, aprovada pelo Decreto n° 71/2016, de 30 de Novembro; Decido: Artigo 1. Passar à Reserva de Disponibilidade e Licenciamento das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, a partir do dia 06 de Outubro de 2022, os seguintes Militares do Serviço Efectivo Normal (…)”.
Segundo consta do documento (de 36 páginas) em nossa posse, e reconfirmado por diferentes fontes militares da “Integrity”, cerca de 783 militares de diferentes categorias vão passar à reserva de disponibilidade. Do grupo alistado, constam Furriel, primeiros, segundos e terceiros cabos e soldados. Pois, embora fontes da “Integrity” avancem que parte significativa dos militares que constam da lista tenham pedido voluntariamente, a questão que é levantada é o momento em que o país se encontra, afectado por ondas de ataques terroristas que já afectaram três províncias até ao momento, e diferentes estudos indicam que certos integrantes do grupo terrorista são indivíduos devidamente treinados, alguns dos quais passaram pelas FADM.
Dentre os sectores com mais militares a passarem para reserva, estão os 128 militares do Posto de Comando Conjunto e Combinado de Mocímboa da Praia, 119 de Macomia, 95 de Palma e 64 Comandos do Exército, num documento que abrange batalhões de Chimoio (15), Quelimane (25), Macarara (68), Cuamba (9), Songo (48), Bacia do Rovuma (4), Forças Especiais (15), Companhia de Comandos (99), entre outras.
Entretanto, fontes militares da “Integrity” questionam como se pode mandar esse todo efectivo para reserva, enquanto o país está assolado por ataques terroristas constantes, onde a principal preocupação é pelo facto de serem soldados e cabos, num país em que não existem mecanismos de controlo dos militares quando saem das fileiras das FADM para a vida civil.
De referir que, recentemente, o Chefe do Estado-Maior General das FADM, o Almirante Joaquim Mangrasse, disse, no evento daquela instituição, que os jovens não deveriam ver as FADM como um lugar de emprego; mas, sim, como uma missão nobre em defesa da soberania nacional e territorial, em que todos os cidadãos são chamados a contribuir de diferentes formas para o bem da pátria, mas, no entanto, assiste-se, ultimamente, constantes afastamentos de militares, alguns dos quais altamente treinados. (Omardine Omar)
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Missão nobre em defesa da soberania nacional e TERRITORIAL não paga contas.
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