Embora o plano traga uma lista extensa de prioridades, não especifica as acções concretas para alcançar os objectivos anunciados, apenas listando as áreas, algo que pode deixar dúvidas sobre a sua real implementação.
Ao longo do documento do Conselho de Ministros que apreciou e aprovou ontem (04 de Fevereiro), o Executivo limita-se a identificar áreas de intervenção, sem detalhar prazos, recursos alocados ou medidas específicas para garantir impacto directo na vida dos cidadãos, algo que pode dificultar a avaliação do desempenho governamental ao fim dos primeiros 100 dias e comprometer a confiança pública nas novas promessas.
Venâncio Mondlane, uma das figuras mais proeminentes da oposição actualmente, por granjear simpatia popular após perder as eleições segundo o Conselho Constitucional, apresentou recentemente um conjunto de 30 medidas para os 100 dias, medidas que parecem terem sido ignoradas pelo executivo de Daniel Chapo. Na altura, Mondlane havia ameaçado a volta das manifestações caso o governo não respeitasse tais medidas.
Um dos pontos levantados pelo Conselho de Ministros, é a estabilidade social e política, algo que vai em contramão com a postura de Daniel Chapo, que tem privilegiado encontros com alguns líderes opositores de menor expressão (da RENAMO, do MDM, Podemos e Nova Democracia), deixando Mondlane fora das discussões, e reforçando a percepção de exclusão política e desinteresse em resolver a tensão vivida no país.
Contudo, sem medidas concretas apresentadas ao público e com a aparente ignorância dos mandos de Mondlane, resta apenas assistir o que segue. Se são manifestações, ou dificuldade da sociedade em cobrar resultados findos 100 dias, uma vez que não há medidas concretas, se não subjectivas. (Bendito Nascimento)