A venda será feita por negociação particular e as empresas HCB, CFM e EMOSE estão autorizadas a adquirir a participação. O objectivo é arrecadar cerca de 130 milhões de dólares americanos para reestruturar a empresa e adquirir oito novas aeronaves.
A decisão faz parte do Plano de Acção dos Primeiros 100 Dias de Governação de Chapo que herdou de Filipe Nyusi, uma LAM doentia e pretende dar um novo rumo à companhia, que há anos acumula dívidas e enfrenta críticas pela má gestão. O valor arrecadado será aplicado na renovação da frota, considerada essencial para garantir a continuidade das operações e recuperar a confiança dos passageiros.
Apesar das promessas de revitalização, a LAM carrega um histórico de escândalos e desperdício de recursos. Nos últimos meses, a companhia gastou mais de 71 milhões de meticais no aluguer de aeronaves, sem obter retorno algum e depois desse escândalo, a empresa lançou um concurso público internacional para aquisição de 8 aeronaves.
Também são pecados da LAM, os atrasos e adiamentos dos voos sem aviso prévio aos passageiros, as avarias frequentes que também condicionam as viagens e a sua própria sustentabilidade. Tendo nos últimos tempos levantado internamente reclamações relacionadas a salários e outros males.
Outro capítulo importante na crise da LAM foi a retirada da Fly Modern Ark, empresa sul-africana contratada em 2023 para gerir a companhia. A Fly Modern Ark abandonou a parceria em Setembro de 2024, alegando dificuldades em implementar o plano de recuperação. Até à sua saída, a empresa havia conseguido reduzir a dívida e aumentar as receitas da companhia.
Contudo, a nova direcção da LAM, liderada pelo recém-empossado PCA, Marcelino Alberto, enfrenta agora o desafio de reverter a situação da empresa, marcada por atrasos frequentes, problemas mecânicos constantes e problemas de sustentabilidade. (Bendito Nascimento)