O empresário encontrava-se acompanhado pela sua mãe, que, em estado de choque, precisou de assistência médica, tendo sido levada ao hospital. Populares tentaram intervir e socorrer a vítima, mas foram impedidos pelos disparos efectuados por raptores, que rapidamente deixaram o local.
Este caso junta-se a uma longa lista de raptos que têm ocorrido nos últimos anos, apesar das reiteradas promessas das autoridades em combater este tipo de crime. A expectativa gerada pela nova liderança do país no reforço da segurança pública não se tem reflectido em medidas concretas para conter a indústria de sequestros, que parece operar sem grandes obstáculos.
O rapto ocorreu um dia após o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) protagonizar uma operação que, para muitos cidadãos, mais se assemelhou a um espectáculo mediático do que a uma acção eficaz contra o crime. Durante a exibição pública de um jovem detido — que aparentava ter sido brutalmente agredido pela polícia e mal conseguia andar —, a imprensa tentou arrancar declarações, sem sucesso. No entanto, pouco se discutiu sobre a clara violação dos direitos humanos observada na cena.
Diante deste cenário, cresce a indignação popular face à falta de resposta eficaz contra crimes graves, como os raptos, enquanto recursos são direccionados para assuntos que, na óptica de muitos cidadãos, têm menor relevância.
“Enquanto isso, o SERNIC está empenhado em procurar Unay Jr., que apenas fez um comentário numa live”, ironizou um cidadão, reflectindo a frustração de muitos moçambicanos diante da ineficiência do combate ao crime organizado.
A contínua ocorrência de raptos em Maputo reforça a sensação de insegurança na população e a percepção de que o crime organizado opera com liberdade. A sociedade exige respostas concretas e uma actuação policial que priorize a protecção dos cidadãos, em vez de operações mediáticas sem impacto real na segurança pública. (Nando Mabica)