O projecto, que foi suspenso em 2021 devido aos ataques terroristas na província, encontra-se agora em vias de recomeço, com a promessa de continuidade por parte da petrolífera francesa.
Chapo afirmou em uma publicação que a conversa com Pouyanné, realizada na Segunda-feira, focou-se no progresso e no compromisso da empresa em dar seguimento ao projecto. “Pouyanné reafirmou o compromisso da multinacional francesa em retomar o projecto, actualmente suspenso desde 2021”, escreveu Chapo.
A TotalEnergies lidera o consórcio responsável pelo projecto de exploração de gás natural na Área 1 da Bacia do Rovuma, considerada uma das maiores do mundo. Em 2019, a multinacional francesa adquiriu a participação de 26,5% da Anadarko, que inicialmente estava encarregada do projecto. O investimento total estimado para a iniciativa é de cerca de 14 mil milhões de dólares, com mais de 70% do financiamento já garantido, segundo Pouyanné.
Em Outubro passado, Pouyanné havia reconhecido os progressos no combate ao terrorismo na região e a estabilidade proporcionada pela colaboração entre Moçambique e Ruanda, que tem prestado apoio na segurança da área.
Apesar das dificuldades impostas pela instabilidade política e social pós-eleitoral, com protestos que ocorreram após as eleições gerais de 9 de Outubro, Chapo reafirmou o empenho do governo em garantir a estabilidade necessária para a implementação do projecto.
“Reafirmamos a importância do projecto para o crescimento da economia moçambicana, razão pela qual estão sendo envidados esforços para garantir a estabilidade necessária”, declarou o chefe de Estado moçambicano.
O retorno da TotalEnergies à Área 1, que inclui a construção de uma central de produção de gás em Afungi, próximo de Palma, é crucial para o desenvolvimento da indústria de gás natural em Moçambique. No entanto, a continuidade do projecto depende não só da situação de segurança, mas também da confirmação de financiadores, como os EUA e o Reino Unido, que já haviam comprometido fundos, mas suspenderam os investimentos devido à situação de segurança.
Moçambique possui três grandes projectos aprovados para a exploração de gás na Bacia do Rovuma, e o gás natural tem sido visto como um pilar fundamental para o desenvolvimento económico do país. A retoma do projecto da TotalEnergies é, portanto, uma das chaves para a revitalização económica da região, que já sofreu os impactos de anos de insegurança e desconfiança no ambiente de negócios. (BN)