A cerimónia foi conduzida pela Presidente do Parlamento, Margarida Adamugy Talapa, na sede da Assembleia da República, em Maputo.
A tomada de posse marca o fim de um período de “timidez política”, após ambos os partidos terem recusado participar na sessão inaugural da nova legislatura como forma de protesto contra o que consideram ter sido um processo eleitoral fraudulento. No entanto, no prazo legal de 30 dias, os dois partidos decidiram assumir os seus assentos, confirmando as especulações da opinião pública de que voltariam pela “porta dos fundos”.
Na semana passada, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) já havia anunciado que poderia regressar à Assembleia a qualquer momento, sublinhando que a decisão inicial de não participar na investidura não representava uma renúncia definitiva aos mandatos parlamentares.
O MDM garantiu que nunca considerou abandonar a Assembleia que o regresso era uma questão de tempo. “Não significa abdicar em definitivo dos assentos. A qualquer altura claramente vai tomar posse. É que as pessoas estão percebendo mal, a interpretar mal”, reiterou deputado Fernando Bismarque.
Por sua vez, a RENAMO, através do seu porta-voz Marcial Macome, confirmou na Sexta-feira passada que os seus deputados iriam tomar posse após uma reavaliação interna conduzida pela Comissão Política Nacional.
Inicialmente, o partido havia afirmado que a decisão de boicote era uma forma de protesto contra os resultados das eleições de 9 de Outubro de 2024, que considera fraudulentos, e também de solidariedade para com as vítimas da repressão policial durante os protestos eleitorais.
Contudo, após uma análise interna, a Comissão Política da RENAMO decidiu que os seus 28 deputados deveriam assumir os assentos parlamentares. Segundo Macome, a decisão foi tomada para evitar que os lugares da RENAMO fossem redistribuídos aos suplentes, conforme estipula o Estatuto do Deputado. (Bendito Nascimento)