É que a taxa para a realização de matrículas aumentou a 150 meticais para cada ciclo na referida escola comunitária, comparativamente ao ano passado. Em 2024, os alunos da 7ª a 9ª classe pagavam 1350 meticais, e os alunos da 11ª e 12ª classe, 1500 meticais. Com o aumento o primeiro ciclo passa a pagar 1500 meticais, e o segundo 1650 meticais para o curso diurno.
Os reclamantes querem que o valor seja reconsiderado por tratar-se de um estabelecimento comunitário. Aliás, outras escolas apresentam taxas mais acessíveis, chegam a cobrar entre 550 a 750, uma diferença de 100 por cento.
É neste sentido que os alunos da instituição de ensino em alusão reclamam do aumento das taxas, afirmando que os seus pais e encarregados de educação são obrigados a recorrer a empréstimos por forma a conseguir efectuar o pagamento.
“O valor da matrícula está muito alto, para conseguir o dinheiro o meu pai teve que fazer empréstimos, porque actualmente não está trabalhando”, referiu Edmilson Manhiça, aluno que no presente ano frequentará a 11ª classe.
Dentre os alunos, há quem somente realizou a matrícula faltando apenas cinco dias, isso porque os seus pais não tinham a referida verba. É esse o caso da Almerinda Malo, aluna que frequentará a 12ª classe no ano lectivo 2025.
“O motivo de eu ter feito a matrícula nos últimos dias é porque não tinha o valor, e meu pai por ver que o tempo já estava passando, teve que pedir o dinheiro emprestado”, afirmou.
Direcção da escola afirma que houve aviso e os encarregados de educação desmentem
Tanto alunos assim como os seus encarregados de educação alegam não ter sido informados sobre a pretensão do referido aumento, facto que criou uma onda de indignação e especulações à volta do seu destino.
“A escola não informou que os valores iam aumentar, somente estipulou o dinheiro que deveríamos pagar para matricular, e não disse os motivos por detrás do aumento da taxa da matrícula”, disse Inocência Sive, encarregada de educação.
O também encarregado de educação Augusto Chiúre partilhou do mesmo posicionamento, afirmando que em nenhuma reunião a direcção da escola chegou a mencionar o assunto.
“Não informaram. Já participei em reuniões e nem sequer em uma foi mencionado o assunto. Tínhamos o direito de ser informados como pais e encarregados de educação”, exigiu.
Por outro lado, a Direcção da Escola Secundária Força do Povo alega que o aumento no valor da matrícula no presente ano lectivo visa suprir as despesas da mesma escola, tendo em conta que se trata de uma instituição comunitária.
“Não temos nenhuma intenção por trás por que esta é uma escola comunitária, é uma escola que nos foi dada por doadores. O valor pago no início do ano é usado simplesmente para suprir com as despesas da escola”, disse Maria Da Natividade, Directora da Escola Secundária Força do Povo.
Em relação à alegada falta de comunicação relatada pelos pais e encarregados de educação, a Directora da escola afirmou que houve uma reunião para debater o assunto, onde para além da Direcção da escola, os encarregados de educação estiveram representados pelo Conselho de Escola.
Segundo informou, a maioria dos encarregados de educação não tiveram a informação referente ao aumento da taxa da matrícula devido a não participação de mais de 15 pais na referida reunião.
“Temos cerca de 23 encarregados de educação no Conselho da Escola, e temos um grupo no WhatsApp onde partilhamos todas as informações, porém alguns pais nem sempre se comprometem com a causa. Convocamos reunião, mas não aparecem. Na reunião que visava discutir o aumento da taxa de matrícula, somente seis apareceram”, disse.
De salientar que a Lei n 18/2018 estabelece o regime jurídico do Sistema Nacional de Educação na República de Moçambique. Esta lei aplica-se a todas as instituições de ensino, públicas, comunitárias, cooperativas e privadas, que implementam o Sistema Nacional de Educação, ou seja, estabelece a educação básica, gratuita e obrigatória, da 1ª classe até a 9ª classe. (Integrity Magazine News)