Um dos reflexos disso é o número expressivo de 1.445.549 não-cidadãos com ordens finais de deportação sob supervisão do Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE).
O México lidera a lista de países com maior número de cidadãos sujeitos à deportação, somando 252.044 casos. Seguem Guatemala, com 253.413 pessoas, e Honduras, com 261.651, números que destacam o impacto das acções nas comunidades latino-americanas.
A presença de cidadãos de países africanos e asiáticos, embora menor, também chama atenção, como a Nigéria (3.690), Gana (3.228) e Índia (17.940).
Trump, que durante a campanha presidencial prometeu intensificar a segurança nacional, já retomou medidas polémicas, como o reforço do muro na fronteira com o México e a restrição de concessões de asilo.
Em discursos recentes, também mencionou a ampliação do programa de deportações aceleradas e a imposição de sanções económicas a países que se recusem a colaborar no retorno de seus cidadãos.
Entretanto, a aplicação dessas ordens de remoção enfrenta desafios. Muitos imigrantes recorrem a mecanismos legais, como pedidos de asilo e protecção sob a Convenção Contra a Tortura, para adiar ou reverter os processos. Além disso, a resistência de governos estrangeiros em aceitar a repatriação de seus cidadãos dificultam o trabalho do ICE.
Entre os países classificados como “não cooperativos” estão Cuba, Venezuela e China, enquanto países como Iraque e Vietname foram listados como “em risco de não conformidade”.
Contudo, especialistas apontam que a postura de Trump em relação à imigração não apenas afecta as relações internacionais, mas também gera controvérsias internas. Organizações de direitos humanos denunciam o impacto das deportações nas famílias, muitas vezes separadas, e questionam a falta de alternativas para imigrantes que vivem nos Estados Unidos há décadas. (Bendito Nascimento)