Entre as principais prioridades, estão a revisão da Lei Eleitoral e o fortalecimento do processo de descentralização, com o objectivo de prevenir conflitos eleitorais futuros e reforçar a democracia.
“O nosso objectivo é a paz, a segurança, a estabilidade económica, social e política, para que juntos continuemos a desenvolver o nosso país, Moçambique, que é a casa de todos nós. Este é o principal objectivo”, afirmou o Presidente Chapo, em declarações à imprensa após o diálogo político com os partidos representados na Assembleia da República.
O encontro, realizado no Gabinete da Presidência da República, foi descrito como um passo importante no processo de diálogo político iniciado no ano anterior, após episódios de violência pós-eleitoral. Segundo o Chefe de Estado, o próximo passo será formalizar os acordos em um documento que será assinado pelas lideranças políticas representadas no Parlamento.
“Trabalhámos durante esta tarde no seguimento do diálogo político e temos termos de referência para trabalhar no documento, que pode ser concluído após o consenso final, com assinaturas, como um compromisso concreto das lideranças”, afirmou Chapo.
Durante o encontro, foram discutidas diversas propostas de reformas, com destaque para a revisão da Lei Eleitoral, vista como fundamental para garantir a transparência e legitimidade nos processos eleitorais futuros. Além disso, o fortalecimento da descentralização foi apontado como uma prioridade para aproximar a governação dos cidadãos e fomentar maior participação nas decisões locais.
O Presidente enfatizou a importância de um debate amplo e inclusivo sobre essas reformas, envolvendo toda a sociedade moçambicana. Organizações da sociedade civil, o sector privado, lideranças comunitárias e religiosas, meios de comunicação, jovens e mulheres serão chamados a participar de um debate nacional que poderá incluir até mesmo a revisão constitucional. “A ideia é abrir este diálogo a todos os estratos sociais para podermos realizar um debate amplo em todo o país”, disse.
Chapo concluiu reafirmando o compromisso de trabalhar com todas as forças vivas da sociedade para garantir que as reformas sejam implementadas e que Moçambique avance para um futuro mais pacífico e próspero. “Estamos todos alinhados. Como moçambicanos, precisamos de reformas que nos conduzam a um bom futuro”, afirmou.
Apesar do avanço nas negociações, a exclusão do político Venâncio Mondlane da mesa de diálogo político tem gerado críticas em diversos sectores da sociedade. Mondlane é uma figura com grande apoio popular, sendo visto como a única pessoa com poder de mobilizar amplas camadas da população. Seus discursos são amplamente aceitos e rapidamente acatados pela maioria, levantando questionamentos sobre a legitimidade do processo de diálogo sem sua participação. (Nando Mabica)