A concessionária TRAC anunciou ontem, a volta do pagamento, mas a medida gerou revolta popular, resultando em bloqueios e manifestações nas zonas de Maputo e Matola.
Logo cedo, a circulação fluía normalmente, com alguns automobilistas efectuando o pagamento, mas a presença massiva de forças policiais nas portagens despertou desconfiança e tensão. Manifestantes, indignados com o que consideram uma “afronta ao decreto de Venâncio Mondlane” começaram a recusar o pagamento. Muitos accionavam as buzinas em protesto, criando um clima de pressão sobre os atendentes nas cabines.
A situação escalou quando alguns manifestantes decidiram forçar as cancelas das portagens, permitindo a passagem de veículos sem pagamento. A polícia, em resposta, tentou bloquear a circulação, mas os manifestantes intensificaram as acções. Caminhões e autocarros articulados foram posicionados estrategicamente para bloquear os dois sentidos da estrada, dificultando ainda mais o trânsito.
Relatos apontam que houve tentativas de incendiar os veículos para reforçar os bloqueios, mas outros manifestantes intervieram para evitar maiores danos. A exigência principal dos populares é que a TRAC emita um comunicado oficial suspendendo a cobrança durante os próximos 100 dias, conforme anunciado por Venâncio Mondlane, figura central dessa decisão.
Além da suspensão imediata da cobrança, os manifestantes pedem a divulgação do contrato entre a TRAC e o Governo. Segundo estes, é necessário entender se o acordo beneficia ou prejudica a população.
A forte presença policial não intimidou os populares, que permaneceram firmes em sua postura de desobediência. Muitos afirmam que a decisão sobre pagar ou não a portagem deve ser tomada pelo povo.
Enquanto isso, há indicação de estar a decorrer uma reunião com os manifestantes e alguns representantes da portagem que aconteceu na zona de Maquinag, na tentativa de encontrar uma solução para o impasse. E em paralelo, as cobranças já voltaram a ser feitas.
O caos gerado pelo bloqueio da EN4 prejudicou o trânsito entre Maputo e Matola, afectando a rotina de centenas de cidadãos. Muitos trabalhadores ou passageiros viram a sua viagem condicionada, ou mesmo cancelada. (Bendito Nascimento)