Filipe Nyusi, que dirigiu o país nos últimos dez anos, na sua última comunicação a nação, como o mais alto magistrado, vangloriou-se por devolver a paz aos moçambicanos, resultado do entendimento com o antigo líder e o actual da Renamo, Afonso Dhlakama e Ossufo Momade respectivamente. Além disso, frisou que no seu mandato colocou o povo no centro das suas atenções.
Entretanto, olhando as estatísticas dos últimos anos, constatamos que o nível de pobreza no país aumentou em 87 por cento abrangendo mais da metade da população. Fora isso, o desemprego continua a afectar pelo menos 19 por cento dos moçambicanos sem contar com os desafios na saúde, educação, habitação entre outros sectores-chave.
Ainda assim, Nyusi dedicou as realizações ao povo moçambicano. E sobre as metas não cumpridas justifica com os desafios que enfrentou durante a sua governação.
“Um dos desafios foram os desastres naturais que causaram centenas de mortes, destruição de infraestruturas e afectaram sectores da nossa economia. Outro desafio foi a tensão militar na zona centro, uma sequela de guerra civil, (…) não podemos esquecer do terrorismo e do extremismo violento, (…) o revés causado pela pandemia da covid-19, (…) restrições orçamentais impostas pelos países financiadores”, alistou Nyusi.
Durante a passagem de testemunho, Filipe Nyusi disse que o novo presidente, Daniel Chapo, “Será ele que irá costurar as feridas, suturar os ressentimentos e ajudar a encontrar tudo o que nos une na nossa caminhada colectiva”, pelo que pediu confiança dos moçambicanos.
“O que nos une é certamente maior e mais urgente do que aquilo que nos pode dividir (…) O povo moçambicano conferiu legitimidade não apenas a um novo dirigente, mas a um projecto de esperança dos moçambicanos”, referiu. (Ekibal Seda)