“O homem é o princípio das acções”, Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.).
Com o sorriso de rasgar as bochechas e demonstrando toda estrutura dentária. Os representantes do PODEMOS acabaram exibindo o lado mau de atribuir responsabilidades tão elevadas como a de um deputado ao povo. Primeiro, o seu Porta-voz da Bancada, Ivandro Massingue chamou os membros das outras formações políticas que optaram em não tomar posse por covardes e ratos. Massingue foi mais longe afirmando que os mesmos estão a fingir de estarem ao lado do povo, enquanto, na verdade, estão a mentir.
Em segundo, a vice-chefe da Bancada e vice-presidente do Partido, quando questionada pela Imprensa qual era a sua missão naquela importante casa, disse cumprir apenas a missão do Partido e que não tinha “a ideia de como as coisas serão nos próximos tempos.”
Minutos depois, o Presidente do PODEMOS fazia umas afirmações chocantes sobre o papel do PODEMOS na Assembleia da República, chamando sua bancada de filhos e a do partido Frelimo de pais, ou seja, segundo Albino Forquilha, aquilo era um evento de família, onde pais e filhos iriam debater assuntos de família.
As afirmações de Forquilha demonstram o despreparo político desta formação política que após ter alcançado o voo através da pujança de Venâncio Mondlane e sua equipa, hoje não sabe o que estará a fazer na Assembleia da República, ou seja, o povo vai pagar salários a um grupo de “analfabetos políticos” que mesmo com o número de deputados que possui não apresenta nenhum discurso coerente e que transmite esperança a qualquer cidadão atento.
Se a bancada da Frelimo já é conhecida por acomodar empresários e políticos com conduta duvidosa, devido à famosa imunidade, uma bancada como o PODEMOS esperava-se que fosse de posicionamento de esperança e pujança política, mas não, logo no princípio já demonstram suas acções, onde até chegam a concorrer para a mesma função dois membros do Partido–um total desnorte.
A culpa no final de tudo acaba sendo das nossas Instituições eleitorais que nos deixaram sem alternativas viáveis quando decidiram injustamente excluir a CAD que possuía uma lista parlamentar que iria contribuir devidamente para o desenvolvimento da nossa democracia. Entregaram-nos o PODEMOS, um “partido sem partido”. Uma equipa com “doença de blount” e com “pensamentos de pobreza segmentados”.
Seguindo a lógica de Aristóteles, segundo a qual, “o homem é o princípio de acções”, os moçambicanos acabaram de dar emprego, por mais uma vez a um grupo de acéfalos políticos como vem acontecendo há décadas neste País, mas isto tudo, é devido ao modelo eleitoral que seguimos no País de lista, onde não se sabe quem está a ser escolhido. É importante que isto mude urgentemente, para as pessoas saberem quem está sendo votado e por quê. Só assim iremos evitar estes erros de casting que desde 1994 para cá normalizaram-se.
Não teremos um governo forte e instituições credíveis e robustas, com um parlamento assaltado por caçadores de tacho e abutres desnorteados, como se antevê desta X Legislatura. O País já está condenado a ter um parlamento que não produz e nem fiscaliza o executivo e outros poderes, porque as pessoas que lá estão não sabem porque chegaram naquela casa! (Omardine Omar)