A decisão rapidamente gerou controvérsia, com críticos apontando que a medida pode ser interpretada como uma tentativa de intimidação política. Mondlane, que tem se apresentado como “Presidente do Povo” e figura entre os membros do Conselho de Estado conforme os resultados eleitorais, teria prerrogativas que sustentariam o direito de uso do documento diplomático.
A acção foi comparada ao tratamento dispensado a figuras como os ex-presidentes Armando Guebuza e Joaquim Chissano, com questionamentos sobre a legitimidade e a equidade da decisão.
Analistas políticos apontam que casos como este podem deteriorar ainda mais a imagem do partido no poder, tanto nacional quanto internacionalmente, reforçando percepções de práticas antidemocráticas e autoritárias.
Mondlane desembarcou em Moçambique após dois meses fora do país e, durante sua chegada, reafirmou sua posição política ao se autoproclamar “Presidente do Povo”. Seus aliados já anunciaram que irão iniciar um processo legal para recuperar o passaporte. Esse desdobramento, segundo eles, poderá trazer à tona mais detalhes sobre as ordens que levaram à retenção do documento.
O episódio ocorre em um contexto de crescente tensão política no país, com observadores internacionais acompanhando de perto os desdobramentos do caso. A retenção do passaporte levanta debates sobre o respeito às leis, às práticas democráticas e aos direitos políticos no actual cenário moçambicano. (Nando Mabica)