Os manifestantes exigem o pagamento de salários atrasados, indemnizações e a reintegração nos seus postos de trabalho, considerando as demissões como injustificadas e arbitrárias.
A situação remonta ao início do mandato do actual edil, Luís Giquira, que determinou a suspensão das actividades e dos salários desses trabalhadores, alegando irregularidades nos contratos firmados durante a gestão anterior. Contudo, passados mais de oito meses, os ex-funcionários continuam sem respostas claras e enfrentando dificuldades para sustentar suas famílias.
Os ex-funcionários, que se apresentaram aos gritos de “Queremos justiça!”, afirmam que os cortes não foram devidamente explicados e acusam a administração municipal de negligência.
“Eu era técnica na área de Transportes e Trânsito e recebia 9.400 meticais. Agora dizem que só tenho direito a 9.96 meticais, o que é uma completa injustiça”, lamentou uma das manifestantes, visivelmente indignada.
Os trabalhadores queixam-se ainda de falta de diálogo por parte da liderança da edilidade. “Tentamos falar com os vereadores responsáveis, e eles reconhecem que houve erros, mas nada é feito. Agora queremos uma reunião directa com o presidente Luís Giquira”, exigiu outro manifestante.
Os protestos, segundo os organizadores, irão continuar até Sexta-feira, data prometida pelo Conselho Municipal para apresentar uma resposta às demandas dos trabalhadores.
As demissões em massa, que afectaram mais de mil trabalhadores, foram justificadas, na altura por Luís Giquira, com base na existência de contratos irregulares herdados da administração anterior. A decisão foi oficializada em um despacho que entrou em vigor em 1º de Maio de 2024.
Na mesma ocasião, o edil determinou o pagamento de salários atrasados, referentes ao período de Janeiro a Abril, no prazo de 15 dias. Contudo, muitos dos ex-funcionários alegam que não receberam os valores devidos e continuam em situação de vulnerabilidade financeira.
Esta decisão veio à tona após o Conselho Municipal denunciar a existência de 489 funcionários fantasmas, que recebiam salários totalizando mais de 7 milhões de meticais mensais durante a gestão de Paulo Vahanle.
Contudo, há que lembrar que em Dezembro de 2024, a gestão de Giquira voltou a gerar controvérsia ao anunciar que não pagaria o décimo terceiro salário aos trabalhadores e membros da Assembleia Municipal, alegando insuficiência de receitas. O anúncio foi feito durante uma sessão ordinária da Assembleia Municipal e recebeu duras críticas da oposição e da sociedade civil. (Bendito Nascimento)