A menos de 48 horas para o fim do ano 2024 alistamos alguns destes momentos que comoveram o país do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico.
Mortes e feridos no contexto das manifestações
Neste ano foram registadas várias mortes protagonizadas por agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) no contexto da tensão pós-eleitoral, pelo que em menos de três meses foram registadas de 278 mortes e quase 600 feridos em todo o país.
Outro momento, lastimável, ocorreu no dia 19 de Outubro a quando do assassinato, por 25 tiros, de Elvino Dias, advogado e assessor jurídico do candidato presidencial Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário nacional do partido PODEMOS.
Violação de dois direitos humanos
Durante este ano os moçambicanos viram os seus direitos fundamentais sendo constantemente atropelados. Por diversas vezes manifestações pacíficas foram violentamente reprimidas com meios desproporcionais entre a PRM e os manifestantes.
Para além disso, o direito à informação e comunicação foram violados quando as operadoras da telefonia móvel decidiram limitar os serviços de internet, tencionando restringir a troca de informações à volta dos protestos contra os resultados das eleições gerais de 9 de Outubro.
Constantes greves na educação e saúde
Ainda neste ano diversos sectores importantes para o desenvolvimento do país estiveram em greves, estas que sempre foram movidas pelas mesmas causas: não pagamento das horas extras e más condições de trabalho.
Na educação, professores protagonizaram greves nas quais em diversos momentos paralisaram as suas actividades. A situação agravou-se quando eles decidiram não controlar exames e o ministério que tutela a área viu-se obrigado a programar, pela primeira vez, mais uma chamada a realizar-se no próximo ano.
Os profissionais de saúde também foram protagonistas de protestos durante o ano devido ao incumprimento de 70% dos pontos acordados entre eles e o governo. Com a paralisação das actividades pelos médicos, o país somou mais de mil mortes devido à falta de atendimento hospitalar.
Raptos à classe empresarial
O número de raptos e mortes de empresários em Moçambique tem crescido cada vez mais, pois só no ano 2024, foram contabilizados mais de dez casos. E as consequências dos raptos são visíveis na economia moçambicana.
Momento da divulgação dos resultados eleitorais
Outro momento que causou espasmos aos moçambicanos foi durante o anúncio dos resultados do escrutínio das eleições de 9 de Outubro, pela Comissão Nacional de Eleições assim como pelo Conselho Constitucional.
Consideramos estes momentos tristes devido a onda de revolta popular que elevou-se após estes pronunciamentos assim como os diversos apelos de reposição da verdade eleitoral pelos cidadãos, organizações da sociedade civil e entidades internacionais.
Fuga de reclusos dos estabelecimentos penitenciários
Outro momento de tensão aconteceu a poucos dias do fim do ano de 2024 quando mais de 1500 reclusos fugiram das cadeias Central e da de Máxima Segurança da Machava. A fuga gerou pânico na população que chegou ao ponto de fazer patrulhas nos bairros devido às ameaças de assaltos a residências, violações e assassinatos protagonizados pelos fugitivos. (Integrity Magazine News)