Nas primeiras horas deste sábado (28 de dezembro) os munícipes deslocavam-se de um lado para o outro em busca de serviços essenciais dos quais ficaram privados durante os dias de protestos.
Na ronda feita pela Integrity Magazine News constatamos que os cidadãos procuravam, maioritariamente” por combustível, bancos para retirar dinheiro, gás de cozinha e alimentos de primeira necessidade. Neste sentido vimos agências bancárias, estabelecimentos comerciais e os de abastecimento de combustíveis completamente lotados com filas enormes.
“Estou aqui para abastecer o meu carro por segurança para situação de emergência. Andei por essa toda Matola e não há combustível, onde tem há filas e mesmo aqui nem sabemos se vamos conseguir, a qualquer momento pode acabar”, disse Flávio Rui.
“Ficamos sem comida em casa, já não sabíamos como seriam os próximos dias por isso logo que disseram que as coisas estariam normais corremos para vir comprar algumas coisas mas não está fácil, está muito cheio e há produtos que tem limite de quantidade para comprar”, contou Francisca Manuel.
Por outro lado, os proprietários dos estabelecimentos vandalizados visitavam, alguns pela primeira vez, as suas lojas e armazéns depois do caos. Esta visita era marcada por choros e lamentações de quem viu o seu negócio de anos completamente destruído em minutos.
Sem mais nada a fazer estes colocaram-se a fazer limpezas e algumas concentrações, apesar da incerteza de quando voltarão a reabrir as suas lojas.
“Como vês partiam tudo e levavam os meus produtos, incluindo as prateleiras. Eu já tinha reabastecido tudo para vender nessas festas e levaram, assim não sei como será, só estou a limpar, mas depois volto a fechar porque não sei quando terei os produtos com essa toda situação”, contou um dos comerciantes.
Enquanto uns procuravam reabastecer as suas dispensas e viaturas, foi possível ver viaturas do Conselho Municipal removendo resíduos sólidos em pontos críticos onde foram amontoadas quantidades enormes de resíduos sólidos.
Segundo o que se diz, as enchentes nos diferentes estabelecimentos visam criar condições mínimas para sobrevivência nos próximos dias, pois na segunda-feira, 30 de Dezembro serão anunciadas medidas para a última fase das manifestações de reivindicação dos resultados eleitorais. (Ekibal Seda)