A declaração foi feita na tarde desta sexta-feira, durante uma transmissão ao vivo nas suas redes sociais, onde Mondlane reafirmou o compromisso de manter o movimento pacífico, mas incisivo, em busca da justiça eleitoral. “Na segunda-feira, vamos indicar quais são as manifestações da ponta de lança, da recta final. Essas serão diferentes de tudo o que fizemos até agora. O objectivo é a verdade eleitoral, a democracia e a justiça”, afirmou.
Mondlane, também convocou os moçambicanos a permanecerem atentos na segunda-feira, prometendo que nenhuma actividade será realizada no país, excepto aquelas ligadas ao sector informal. “Na segunda-feira, vamos ficar parados. Apenas as nossas mamanas do sector informal poderão movimentar-se. Todos os outros deverão permanecer atentos para receberem as medidas da ponta de lança”, sublinhou.
Este, destacou que até o dia 15 de Janeiro, o movimento terá “muitas obrigações e compromissos” e pediu aos seus apoiantes que não desistam, apesar das intimidações e das mortes ocorridas durante as manifestações. “Estamos muito próximos. Eles aterrorizaram-nos, meteram medo, mataram irmãos, mas estamos na recta final. Não podemos desistir agora”, reforçou.
Durante o discurso, Mondlane acusou o partido no poder, a Frelimo, de manipular os resultados eleitorais e de fomentar actos de vandalismo para descredibilizar os protestos. Também responsabilizou a polícia por acções violentas contra manifestantes pacíficos, incluindo o uso de gás lacrimogéneo e detenções em massa.
O político rejeitou qualquer ligação do movimento com actos de vandalismo e sugeriu que esses incidentes foram orquestrados pela própria Frelimo para desviar o foco da luta pela verdade eleitoral. “Se alguém destruir lojas ou roubar bens, que fique claro: isso não tem nada a ver connosco. Estamos aqui pela democracia e pela justiça, não pelo caos”, declarou.
Ainda, denunciou o que chamou de “manipulações da Frelimo” para aterrorizar a população, incluindo rumores sobre supostos “homens armados” em vários bairros na noite passada. Onde classificou essas acções como tentativas de desviar a atenção das questões centrais das manifestações.
“Criaram grupos de WhatsApp para espalhar rumores sobre homens armados com catanas em bairros como Laulane, Machava e Patrice. Mas isso é apenas manipulação para afastar o foco da verdade eleitoral e do roubo de votos”, disse.
Contudo, as manifestações lideradas por Venâncio Mondlane continuam a desafiar o governo de Filipe Nyusi, enquanto a tensão política e social em Moçambique atinge novos patamares, com as mortes escalando níveis das centenas. (Bendito Nascimento)