Com a maior parte dos postos de abastecimento encerrados, os poucos que permanecem abertos registam longas filas de viaturas, que chegam a estender-se por dois quilómetros, expondo a gravidade da crise
MAPUTO, 27 DE NOVEMBRO DE 2024 – A procura por combustível em Maputo tornou-se comparável à busca por ouro. Este líquido precioso, essencial para o quotidiano da cidade, está em falta, numa sexta-feira marcada pelas consequências das manifestações e pela acentuada escassez, que levou ao encerramento da maioria das bombas de abastecimento.
“Percorri várias bombas e todas estavam encerradas”, afirmou um automobilista frustrado pela dificuldade em encontrar combustível.
“Já estou na fila há mais de uma hora e meia. Passei por diversos postos de abastecimento, mas estavam fechados. Disseram-me que este estava a funcionar, por isso vim até aqui”, relatou Youssef Nasser, outro automobilista, enquanto aguardava para abastecer.
A crise afecta severamente o dia-a-dia na capital moçambicana. A ausência de transporte público dificulta a deslocação da população, enquanto o funcionamento de vários estabelecimentos comerciais permanece tímido. O cenário no centro da cidade é de ruas mais calmas, mas repletas de ansiedade entre os poucos transeuntes e automobilistas.
Até ao momento, as autoridades ainda não avançaram uma solução clara para a crise, aumentando as preocupações sobre a duração deste período de dificuldades. Para muitos, Maputo está a viver um dos episódios mais desafiantes no fornecimento de bens essenciais. – Onélio Duarte