“Em Dezembro de 2024, atingimos pela primeira vez, um marco histórico de 100, 000 contentores manuseados (embarque e desembarque). Este é um máximo histórico que se verifica no manuseamento de contentores pelo Porto de Nacala”, afirmou quinta-feira Augusto Abudo, Director Executivo Norte da Empresa Porto e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).
Este valor global, acrescentou, representa o cumprimento em 100% daquilo que foi o plano para 2024 da produção mensal e anual dos três terminais, nomeadamente de contentor, de carga geral e terminal de grandes graneis líquidos, que compõem o complexo ferro portuário de Nacala.
Assim, no período de Janeiro a Dezembro de 2024, o porto de Nacala registou uma realização global de 95,8%.
No total, revelou o Director Executivo do CFM Norte, foram transportadas a partir do Porto de Nacala, 1,423,804 toneladas de produtos diversos, destaque para gergelim, sisal, algodão, pedras semipreciosas incluindo sucata e folhas de eucaliptos de e para países europeus, do Médio Oriente, Ásia e da América.
“Este é sem dúvidas, um marco histórico na produção do Porto de Nacala desde a sua inauguração a 7 de Outubro de 2024 pelo presidente da República, Filipe Nyusi, numa cerimónia que contou com a participação dos presidentes da República do Malawi, Lazarus Chakwera e da Zâmbia, Hakainde Hichilema, e ainda, pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Hosaka Yasushi.
No entanto, o sucesso das operações ferro portuárias em Nacala, tive em conta, segundo Augusto Abudo, vários factores, com particular enfoque na conclusão das obras de modernização e ampliação dos três terminais da infraestrutura, aumentaram a capacidade de atracagem de navios, cujo cais possui 400 metros de cumprimento e canal de acesso com 14,0 metros de profundidade.
Para além destes factores, a modernização e ampliação dos três terminais da infraestrutura, classificada economicamente como o “coração” da província de Nampula, no norte de Moçambique, abriu também novos mercados do Médio Oriente, Ásia, Europa e América.
“Aliado a esta posição geoestratégica, está o facto de o porto ter uma baía natural protegida e, mais ainda, ter profundidades naturais grandes. O canal de acesso é de cerca de 60 metros de profundidade, 800 metros de largura. Portanto, isso quer dizer que não tem qualquer limitação para receber navios 24 horas ao dia”, destacou.
” Depois da sua inauguração, o Porto de Nacala passou a contar com um cais reservado exclusivamente para receber navios porta contentores, assim como, a entrada em funcionamento de duas novas linhas de navegação, nomeadamente UAFL e COSCO Shiping, a implementação e utilização de novos equipamentos para o manuseamento de carga contentorizada, designadamente 2 QGC´s; BRTG; 7 Reachstackers e 12 camiões internos”, indicou o Director Executivo do CFM Norte.
A implementação de um TOS (Octopi), fornecido pela NAVIS 4, para a gestão dos processos de operacionais, assim como, a introdução das operações de transhipment via porto de Nacala, a saindo do porto de Maputo para as Comores, Madagáscar e Maurícias são outros factores que contribuíram para o alcance das metas.
Nesse contexto, durante a cerimónia de inauguração do complexo ferro-portuário de Nacala a 7 de Outubro de 2023 o presidente da República destacou que o mesmo permite o acesso às rotas marítimas para Malawi, Zâmbia, República Democrática de Congo, Zimbabwe, Reino de ESwatini, África do Sul e Botswana com impacto directo no desenvolvimento socioeconómico, nomeadamente, na promoção do comércio internacional, associado ao sector produtivo, estimulando a geração de emprego.
Por estas razões, Augusto Abudo, fez saber que “nós queremos garantir que o Porto de Nacala se torne principal para outros países do `hinterland´, como algumas regiões do Zimbabué e da República Democrática do Congo”.
Refira-se que o Porto natural de Nacala, que iniciou as suas funções em 1951, é crucial para o escoamento das exportações assim como para a importação de cereais, fertilizantes, combustíveis, medicamentos e equipamentos de diversa natureza para suprir as necessidades de consumo dos países da região, particularmente de Moçambique, Malawi e Zâmbia.