“Este acórdão é a demonstração clara da arrogância e desrespeito pelo povo. Ele compromete a integridade do nosso sistema democrático e põe em causa a vontade popular que clama por eleições livres, justas e transparentes”, declarou o líder da Renamo.
Momade enumerou uma série de irregularidades que, segundo este, caracterizaram o pleito: enchimento de urnas, falsificação de editais, exclusão de eleitores em áreas favoráveis à oposição, recenseamento ilegal de estrangeiros e perseguição de delegados de partidos opositores. “Estes elementos não são meras especulações, mas provas notórias e de domínio público, que foram ignoradas pelo Conselho Constitucional”, criticou.
Para Momade, a decisão do Conselho Constitucional representa um retrocesso para a democracia em Moçambique. Afirmou que a anulação do processo eleitoral teria sido essencial para restaurar a confiança nas instituições. “A anulação destas eleições teria devolvido a confiança nas instituições de justiça do país e assegurado que, no futuro, a voz do povo fosse ouvida de forma clara e inquestionável”, frisou.
O líder da Renamo também desafiou a Frelimo e o seu candidato, Daniel Chapo, a reconhecerem a ilegitimidade da vitória proclamada. “Pelo bem da democracia e da estabilidade social, apelamos à Frelimo e ao seu candidato para que tenham vergonha na cara e admitam que a sua falsa vitória é fruto da fraude eleitoral”, declarou.
Momade afirmou que a Renamo não reconhecerá os resultados proclamados nem o governo que deles resultar. Este, reforçou o apelo à unidade nacional na luta pela democracia: “Convidamos o povo moçambicano, partidos políticos, organizações religiosas, sociedade civil e comunidade internacional a unirem-se na defesa da democracia, conquistada com o sangue derramado pelos melhores filhos e filhas desta pátria”.
O presidente da Renamo também criticou duramente o Conselho Constitucional, acusando-o de falhar na sua missão de zelar pela justiça e pela verdade eleitoral. “Este órgão tornou-se uma ferramenta de opressão e desrespeito pela vontade do povo. É inaceitável que ignore as denúncias de fraude e manipulação”, lamentou.
Um dado, é que a RENAMO, deixa de ser o maior partido da oposição, deixando o lugar para o partido Podemos que pela primeira vez coloca deputados na assembleia da república.
Contudo, a situação pós-eleitoral permanece tensa em Moçambique, com a oposição indicando que poderá mobilizar manifestações e acções para contestar os resultados. Momade deixou claro que a Renamo não recuará na sua posição, mantendo-se firme na defesa de eleições livres e transparentes. “A democracia exige constante vigilância e estamos prontos para defendê-la”, concluiu. (Bendito Nascimento)