Diante deste cenário de ansiedade e tensão, tudo recai sobre a “dona do remote” neste momento, a Professora Doutora Lúcia Ribeiro que nesta Segunda-feira (23.12) fará a leitura do acórdão aprovado por um colectivo de Juízes conselheiros maioritariamente provenientes do Partido Frelimo, onde inclusivamente alguns foram deputados e outros ministros. O outro grande motivo são as ligações comerciais e umbilicais entre a actual liderança do País e a Presidente daquele órgão de soberania.
Por este motivo, a seriedade da decisão do Conselho Constitucional (CC) continua a ser suspeita diante deste processo que já levou mais de 131 cidadãos moçambicanos para a cova. O País é que está em teste de consciência, ou seja, se deixamos de ser psicopatas por nossas ambições pessoais ou se pensamos na nação que nunca deve morrer simplesmente porque a dona do remote não quer trocar de canal e quer todos continuem a assistir o mesmo filme independentemente o que vier a acontecer.
Nas ruas, conversas de barraca, igrejas, mesquitas e residências todo mundo está com o sangue fervendo, esperando para a hora da leitura do esperado acórdão que pode ser um presente envenenado para os milhares de moçambicanos ou um tubo de escape para a salvação desta nação polarizada e disposta a ir até às últimas consequências em nome do cansaço governativo.
Entre os vários cenários cogitados, alguns entendem que devido ao fenómeno Venâncio Mondlane é possível que o Conselho Constitucional valide apenas os resultados das eleições legislativas e provinciais com algumas alterações em províncias como Maputo, Sofala, Zambézia e Nampula, e anule as eleições presidenciais a serem realizadas nos próximos dias. Com esta fórmula acredita-se que as manifestações podem parar imediatamente.
Um outro cenário é de que as eleições sejam todas elas anuladas e imediatamente criadas com um governo de gestão, mas sem o dado Nyusi envolvido. O cenário mais provável é de que o CC desvalorize todo este cenário, movimente dados da CNE, argumente que Venâncio Mondlane deveria ter submetido uma contestação directamente ligada às eleições presidenciais, uma vez que não existe litisconsórcio em processos similares e aprove o Partido Frelimo e seu candidato como os “grandes vencedores” das contestadas eleições e imediatamente a equipa em questão desapareça do País, deixando para trás um País em chamas e com choros de crianças e mães carregando seus filhos ensanguentados em busca de salvação médica.
As consequências da decisão do CC é que irão definir o nosso futuro, tanto para paz, segurança e unidade nacional ou para caos, mortes e destruições sem precedentes. Por isso, se diz que o País está nas mãos da “dona do Remote”. (Omardine Omar)