Por: Ekibal Seda
Essa forma de vestir, cobertas todo o corpo com excepção das mãos e dos pés, em alguns casos apenas os olhos (não obrigatório segundo a lei islâmica), leva a questionamentos. É aí onde surge a famosa pergunta: “Não sente calor?”. Mas existem outras como “estás doente”, “dorme ou toma banho assim”?, “usa em casa”, e várias outras.
Arrisco a dizer que 99 por cento das mulheres que usam hijab já foram questionadas. Já ouvi que há quem fique constrangida, mas a maioria das irmãs dizem que já não se incomodam, com a pergunta, o calor ou em parecer diferente, uma vez que assumiram um compromisso com o Criador, Allah (Deus).
Antes de tudo é importante dizer que a religião islâmica orienta que as mulheres cubram tudo da sua beleza e adornos, e não mostrem parte alguma disto para homens estranhos. Isso constitui um acto de adoração.
“Ó Profeta! Diz a tuas mulheres e filhas e às mulheres dos crentes que se encubram em suas roupagens. Isso é mais adequado, para que sejam reconhecidas e não sejam molestadas (…)” lê-se no alcorão (Al-Ahzab 33:59). Existem vários outros versículos e ditos proféticos com orientações similares.
Não hei-de usar aqui a analogia do hijab com o doce e do carro, pois entendo que as mulheres, particularmente as que usam hijab não merecem ser comparadas a simples viaturas e rebuçados pois Allah elevou a posição delas na sociedade.
Voltando ao nosso título, eu pergunto: E tu não te sentes incomodada “não vestindo”, ou seja andando com o corpo descoberto, com estranhos apreciando o teu corpo, mesmo Deus tendo orientado a preservá-lo?
Reflicta antes de responder, para que não nos enrole na resposta. Afinal vários outros livros religiosos, melhor dizendo, é bíblico que cada um de nós deve cuidar do corpo e tratá-lo com respeito. E é assim como você respeita o seu corpo?
É engraçado que na mente das muçulmanas paira a mesma dúvida, mas elas preferem não questionar pois procuram respeitar as escolhas de cada um. Eu sei que podes dizer “o Hijab é uma imposição”. E é, não tenha dúvidas disso, no entanto a religião estabelece o livre-arbítrio, a liberdade de escolha, e cada um responderá ao Criador sobre as suas decisões.
Mas garanto que elas não usam somente por ser uma imposição mas sim pelo amor que existe por Allah, pela privacidade, pela modéstia, pela moralidade e tantos outros motivos. Por isso é que temos inúmeros profissionais a “carregarem” o hijab em todo o canto no exercício das suas actividades.
É de louvar e de congratular as mulheres por continuarem firmes em meio aos desafios actuais concernentes ao uso do hijab. Contudo lembramos que precisamos manter o “hijab” no nosso íntimo, este é o maior desafio, mas eu sei que com a força de Allah conseguiremos mostrar a verdadeira essência do hijab.
Pois vários estudiosos islâmicos explicam que o hijab não é apenas um traje simples e cobertura para a cabeça, ele também inclui comportamento modesto e agir apropriadamente de acordo com a fé.
Acredito que já ouviram comentários como “hijab é muito lindo”, “aprecio a modéstia”, até mesmo “você é muçulmana? Assalamu Aleikum”, que comentários do género fortalecem o compromisso com Allah nessa época repleta de tentações.
Finalizo recordando que os homens também têm suas próprias directrizes sobre o “hijab”, que incluem roupas modestas e agir com humildade. Sobre isso conversaremos numa outra publicação. Agora vamos todos (independentemente da religião), reflectir sobre como vestimos nos dias de hoje.