Escrito por: Omardine Omar
INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 19 de Setembro de 2022-Quando há três anos, a RENAMO através do seu Presidente, Ossufo Momade, decidiu pela escolha de André Magibire, como Secretário-geral daquela formação política nacional, vista por alguns moçambicanos como uma alternativa para substituir a Frelimo, no poder há décadas, acreditem, levantei certos questionamentos, face às reais intenções políticas daquela formação e de quem a dirige – e não era por menos!
O facto é que a RENAMO precisa pensar diferente da Frelimo. Precisa encontrar outras formas de intervenção que não se confundam com o regime vigente. Talvez a escolha tenha sido feita à medida do Partido no poder, uma vez que o Secretário-geral da Frelimo é aquele que quando abre a boca a situação complica-se, a RENAMO tinha de encontrar alguém com características quase similares. Uma pessoa que não ofusque a imagem de quem lidera o partido – o engraçado, a mesma situação se faz sentir na Frelimo!
Dito doutra forma, as lideranças destas formações políticas talvez não queiram Secretários – gerais que falem coisas com pé, tronco, cabeça e cerebelo. Gostam de ser representados por homens desenvergonhados. Pessoas que às vezes aparentam não saberem o que estão a falar. Ora vejamos, como é que um dirigente do topo de um partido pode aceitar conceder uma entrevista num estado elevado de embriaguez? E não era a primeira vez. Existiram ocasiões, em Tete e Nampula, em que a pessoa teve de ser carregada para poder subir as escadas do avião e uma luta titânica dos assessores para que não se fizessem vídeos sobre os episódios!
A RENAMO precisa de um Secretário-geral que seja apresentável, inteligente e grande representante dos interesses de todas as classes e que convença mais moçambicanos cansados da governação do dia. A RENAMO precisa de um Secretário-geral que seja um líder do futuro. Um homem presidenciável – no estilo Armando Guebuza, antes de ascender à presidência do partido Frelimo e do país. Não pode voltar a escolher pessoas que facilmente demonstram que estão perdidas no cargo que ocupam e longe das responsabilidades que carregam.
É preciso olhar para dentro e para fora, e perceber que mais do que um partido político, é uma instituição que defende interesses de uma colectividade e interesses de um povo. Não podem voltar a errar nas escolhas como fizeram. Não podem voltar a escolher pessoas sem carisma e por uma questão de mobilização, poderiam escolher um Secretário-geral que aglutina e é acarinhado, admirado e seguido até por quem não é simpatizante, amigo, membro ou quadro da RENAMO. Mas também que não seja um egoísta e “apaixonado por Hitler”.
Por hoje paro por aqui…