Nesse período, foram registadas 90 mortes, 216 baleamentos, 535 detenções e quatro desaparecimentos. Desde o início dos protestos em 21 de Outubro, o país acumula 130 mortes, 345 baleamentos e 3636 detenções, evidenciando uma escalada de violência e repressão sem precedentes.
Os desaparecimentos incluem casos como o de Paulo Olindo Sebo, desaparecido em Maputo no dia 7 de Dezembro; o delegado do partido Podemos e sua esposa, raptados em Inhambane no dia 8; um líder de manifestações do Podemos em Marínguè, Sofala, levado por três homens no dia 11; e Ussene, mototaxista de Topuito-Larde, Nampula, raptado após discutir com o secretário do bairro no dia 13.
A repressão se intensificou de forma significativa na quarta fase. As 535 detenções registadas superam os números das fases anteriores, que contabilizaram 464 detenções na primeira, 99 na segunda e 506 na terceira. Os baleamentos também aumentaram drasticamente, com 216 casos nesta última fase, contra 47, 36 e 86 nas anteriores, respectivamente. O número de mortes, no entanto, é o dado que mais cresceu, com 90 óbitos apenas na quarta fase, elevando o total para 130.
Os protestos, iniciados em 21 de Outubro, têm sido marcados por repressão crescente e violações de direitos humanos. E em muitos casos, os desaparecimentos e as mortes não são devidamente investigados pelas autoridades, o que reforça um clima de impunidade e medo entre a população. (Bendito Nascimento)