“O Ciclone Chido é uma catástrofe para as crianças no norte de Moçambique. Elas correm o risco de perder as suas casas, serem separadas das suas famílias e ver o acesso à água, saneamento, cuidados de saúde e educação extremamente limitado”, afirmou Ilaria Manunza, Directora Nacional da Save the Children em Moçambique.
Ilaria Manunza acrescentou que esta tempestade é mais um exemplo de condições climáticas extremas a devastarem uma comunidade já vulnerável, dilacerada pelo conflito e mergulhada na pobreza.
A organização estima que os maiores danos deverão ocorrer em Pemba, Metuge, Mecúfi e Chiúre, em Cabo Delgado, e em Memba e Eráti, em Nampula, áreas habitadas por comunidades vulneráveis que já enfrentam níveis elevados de privação. A presença de grupos armados na região afectada deverá também dificultar o acesso à ajuda humanitária.
De acordo com um comunicado que a Integrity neste momento equipas da organização, presentes nas zonas atingidas, priorizam o estabelecimento de sistemas e serviços para proteger as crianças e apoiar a renovação dos estabelecimentos atingidos.
Para além da falta de serviços básicos, caso de água, educação, saneamento e saúde, a Save the Children mostra-se preocupada com a questão da desnutrição pois muitas crianças, dos locais afectados, sofrem de insegurança alimentar.
O Ciclone Chido chegou à costa entre o distrito de Mecúfi, na província de Cabo Delgado, e o distrito de Memba, na província de Nampula, durante a madrugada de domingo. O ciclone de categoria 3 trouxe chuvas extremamente fortes, com previsões de 250 milímetros em apenas 24 horas, e rajadas de vento que chegaram aos 260 quilómetros por hora. (Ekibal Seda)