Em declarações à imprensa em Bruxelas, durante uma reunião ministerial, Rangel esclareceu que a situação da Geórgia está mais alinhada com os interesses da União Europeia, especialmente devido ao seu desejo de adesão ao bloco. Contudo, o processo de integração georgiano foi interrompido devido a recentes mudanças políticas no país, com uma viragem em direção à Rússia, dificultando a aproximação com a UE.
Por outro lado, o ministro apontou que Moçambique ainda está em “fase de transição” e aguarda a decisão do Conselho Constitucional sobre os resultados das eleições gerais de 9 de outubro. Portanto, para este, a situação em Moçambique ainda não atingiu o seu ponto culminante, expressando preocupação com a repressão dos manifestantes que contestam os resultados eleitorais.
Desde 21 de Outubro, Moçambique tem vivido uma onda de protestos que já resultaram em pelo menos 130 mortes, mais de 200 baleamentos e 3.600 detenções. Durante a quarta fase dos protestos, entre 4 e 14 de dezembro, a violência aumentou, com 90 mortes registradas. Rangel destacou o papel de Portugal, que tem se empenhado em alertar para os abusos de direitos humanos e a violência política no país.
No que se refere à Geórgia, o ministro português também mencionou a possibilidade de sanções da UE, com foco nos vistos diplomáticos, embora o consenso entre os 27 países membros seja essencial para a aplicação dessas medidas. As manifestações georgianas, que continuam a ocorrer em Tbilisi e em outras cidades, envolvem grupos que pedem uma maior aproximação com a União Europeia, enquanto o governo tem se distanciado da orientação pró-ocidental. (IMN)