PRM “rasga” a Constituição e declara guerra contra os manifestantes

INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 13 de Dezembro de 2024-A repressão violenta contra manifestantes e o elevado número de mortes com mais de 100 pessoas, segundo a plataforma eleitoral Decide sugerem violações graves de direitos humanos. Esse tipo de resposta não apenas desrespeita a Constituição de Moçambique, mas também os tratados internacionais dos quais o país é signatário.

O artigo 51.º da Constituição da República de Moçambique garante o direito à reunião e à manifestação pacífica. A repressão violenta da Polícia por parte da Polícia da República de Moçambique é uma afronta directa a esse princípio, evidenciando uma desconexão entre as normas constitucionais e as práticas governamentais.

A contestação dos resultados eleitorais de 9 de outubro reflecte uma crise de confiança no processo democrático. A acusação de que a PRM actua como instrumento do partido FRELIMO reforça as críticas sobre a politização das forças de segurança e a falta de independência institucional.

A repressão e a falta de diálogo tendem a exacerbar tensões sociais e aumentar a polarização. Para evitar o agravamento da crise, seria fundamental promover mediações imparciais, investigações sobre as mortes e responsabilização dos autores de abusos.

A continuidade dessa repressão pode atrair críticas da comunidade internacional, incluindo sanções ou restrições diplomáticas. Moçambique arrisca prejudicar sua imagem e relações exteriores caso não tome medidas para resolver a situação.

Essa situação evidencia a necessidade urgente de um diálogo inclusivo, reformas estruturais e o fortalecimento de instituições que respeitem e protejam os direitos dos cidadãos. A repressão como resposta às manifestações, além de ser inconstitucional, só amplia a crise política e social no país. (Nando Mabica)

 

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