A Residência, facilitada pela mestre em impressão Cloudia Rivett-Carnac, de Joanesburgo, fez parte do prémio atribuído anualmente aos vencedores da iniciativa Colecção Crescente. Esta experiência oferece aos artistas moçambicanos uma plataforma para aperfeiçoar a sua arte, para envolver-se em trocas culturais e para expôr o seu talento em palco internacional.
A Exposição resultante, intitulada Visões Reveladas, narra uma jornada de desenvolvimento artístico e a descoberta de novas explorações criativas. Na abertura da Exposição, o CEO da Hollard, Henri Mitermayer, destacou o potencial transformador de iniciativas artísticas como o programa Colecção Crescente em Moçambique, afirmando: “A Exposição sugere uma narrativa de desenvolvimento artístico e a revelação de explorações criativas.”
As obras em Exposição foram criadas utilizando duas técnicas distintas de gravura: cianotipia, um processo fotográfico que produz impressões em tons de azul marcantes, e Tetra Pak, um método de gravura sustentável que reutiliza embalagens recicladas como matrizes de impressão, demonstrando um compromisso com a sustentabilidade ambiental, para além do desenvolvimento criativo.
Cláudio Polá, vencedor da Colecção Crescente 2024 da província da Zambézia, descreveu a Residência como uma oportunidade significativa de aprendizagem. “O meu objectivo é aplicar o que aprendi para beneficiar os entusiastas da arte na cidade de Quelimane”, afirmou Polá. O seu trabalho aborda questões da sociedade moçambicana, demonstrando um compromisso com a exaltação das comunidades.
Para a participante Sakitifa, a Residência representou uma jornada de crescimento pessoal e artístico. “Foi uma experiência de aprendizagem onde os laços de amizade se fortalecem enquanto exercitamos a mente com conhecimentos que fluem para a tela”, comentou. As suas obras exploram a espiritualidade e a necessidade de equilíbrio para alcançar harmonia no mundo. Como resultado, Sakitifa pretende inspirar mais mulheres a envolverem-se nas artes.
Pinto Zulo, premiado em 2023, elogiou o programa por unir artistas moçambicanos de diferentes gerações. “Proporciona uma oportunidade única de aprender novas técnicas e tendências, ao mesmo tempo que promove a colaboração”, disse Zulo, reflectindo sobre o papel da Residência na evolução da qualidade da arte moçambicana.
A Exposição não só celebra as conquistas artísticas dos seus participantes, mas também destaca o poder da colaboração e do intercâmbio cultural na formação de uma comunidade artística vibrante. O título “Visões Reveladas” serve como uma metáfora adequada para as jornadas dos artistas, encapsulando a essência do processo criativo através da revelação gradual de visões artísticas únicas.
Zadoc, vencedor em 2022, elogiou a ênfase do programa na partilha de técnicas, particularmente em gravura e fotografia. Observou que dominar estes métodos inovadores acrescentou dimensões inestimáveis ao seu repertório artístico.
O jornalista e vencedor de 2024, Ouri Pota, contribuiu com três obras impactantes que transmitem mensagens de paz e harmonia. “A Residência foi uma escola de aprendizagem prática intensa”, partilhou, destacando a novidade de trabalhar com agentes químicos na impressão.
As obras em exibição são um testemunho do sucesso desta segunda edição da Residência, demonstrando o impacto transformador de iniciativas como esta na expressão artística moçambicana.
A exposição, que estará aberta até 2 de Fevereiro de 2025, representa uma expansão natural do programa de Residências Artísticas, acrescentando profundidade e valor ao projecto original. À medida que a visão de sustentabilidade da Hollard continua a evoluir, a iniciativa Colecção Crescente abre caminho para um ecossistema artístico próspero, amplificando o talento moçambicano e fomentando um impacto criativo duradouro.