A informação foi avançada pelo presidente da CTA, Agostinho Vuma, numa conferência de imprensa havida hoje (10 de dezembro), em Maputo, que visava apresentar as incidências da audiência que os empresários tiveram com o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi.
“O que pedimos de forma concreta foi trégua enquanto decorriam outras negociações que, no seu mais alto critério, poderá eleger para pôr o fim destas situações hostis, em particular para a economia, mas, no geral, a nossa sociedade”, contou.
Os sectores que mais estão a ressentir-se das manifestações são os de turismo, restauração, transporte e logística. No entender da CTA a trégua permitirá a normalização da economia e da vida social enquanto os principais actores políticos e governamentais conversam para o alcance da estabilidade do país.
Para contornar a situação a CTA pretende dialogar com todas as formações políticas, incluindo Venâncio Mondlane e o partido PODEMOS, autores das manifestações.
“Estamos criando diligência do nosso lado para conversar com o Venâncio, se for permitido, do lado dele, para que, eventualmente ele saiba que mesmo dirigindo, é este país que vai dirigir. E tem que contar com o sector privado, tem que contar com um povo que tenha emprego, tem que contar com um povo que tenha um mínimo para aquilo que são as necessidades básicas de cada uma das famílias moçambicanas”, apontou.
N4 terá segurança para escoltar de mercadorias
Como forma de permitir a circulação de mercadorias que entram e saem do país através da fronteira de Ressano Garcia, a CTA conta que o Governo garantiu que serão alocados agentes das Forças de Defesa e Segurança ao longo da Estrada Nacional Número 4 (N4) para escoltar os caminhões de carga.
“Eu fiz referência ao corredor Maputo-Witbank no troço da cidade de Maputo até Ressano Garcia. Nós fomos permitidos que teríamos segurança ao longo do troço, como acontecia, por exemplo, na Zona Centro, naqueles outros conflitos pós-eleitorais que assistimos. Pedimos que esse modelo funcionasse para quase todos os corredores”, revelou.
Sem avançar datas para o início da guarda Agostinho Vuma contou que no momento decorrem acertos com o Ministério do Interior para coordenação da escolta.
Na ocasião a CTA recordou que a situação está a causar recesso da economia moçambicana, pelo que são necessárias medidas concretas do governo e transparência com os cidadãos na comunicação sobre os impactos.
“Estamos a dizer que se a projecção que nós tínhamos de crescimento económico para este ano era de 5,5, estas perdas correspondem a 2,2%. Portanto, nós estamos a projectar que o crescimento económico tenha um revés para cerca de 3% este ano”, disse Agostinho Vuma. (Ekibal Seda)