A manifestação, inicialmente programada para ocorrer entre 8h e 15h30, foi alterada pelos manifestantes para um período mais prolongado, das 5h às 18h. Essa mudança foi motivada por denúncias graves feitas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que afirmou ter sofrido uma tentativa de assassinato e fez um apelo contundente em suas redes sociais para que o povo intensifique os protestos.
Mondlane, através de sua página no Facebook, relatou a suposta tentativa de assassinato e denunciou também que Wilker Dias, um ativista moçambicano, foi alvo de envenenamento. As suas palavras inflamaram ainda mais os ânimos:
“Se envenenar a voz da verdade é a arma dos opressores, a nossa resposta será ainda mais forte!”
Essas declarações reforçaram o sentimento de indignação entre os seus apoiantes, que rapidamente intensificaram as acções nas ruas.
Na manhã desta segunda-feira, diversas barricadas foram erguidas nos bairros da cidade e da província de Maputo. As acções de bloqueio impactaram severamente a mobilidade urbana, resultando na ausência de transporte público e na dificuldade de locomoção dos moradores, muitos dos quais foram forçados a caminhar longas distâncias para alcançar seus destinos.
Os manifestantes, muitos armados com pedras e outros objectos improvisados, concentraram-se em pontos estratégicos como estradas e a linha férrea próxima à terminal da Mozal, criando um cenário de confronto iminente.
Esses eventos mostram que o descontentamento com os resultados eleitorais está longe de arrefecer, e as acusações de perseguição política lançam uma sombra ainda maior sobre o processo democrático em Moçambique. O prolongamento e intensificação dos protestos podem levar a maiores perturbações, aumentando a pressão sobre as autoridades para resolverem as reivindicações de forma pacífica e transparente.
A situação exige atenção urgente para evitar que o clima de instabilidade social se agrave. (Nando Mabica)