“Me agita porque posso não conseguir pagar os salários dos professores e enfermeiros. Nós não temos orçamento doado, como os outros governos tiveram essa sorte. Eu nunca tive”, afirmou Nyusi, destacando que, apesar das limitações, o país conseguiu se manter funcional graças ao esforço colectivo.
O Presidente apontou a corrupção e a má gestão de recursos como grandes desafios que limitam a eficiência das finanças públicas. “É como uma canalização de água com muitas fugas. A água produzida em grande quantidade não chega ao tanque principal”, explicou, sugerindo que o combate à corrupção e a implementação de medidas de contenção poderiam aliviar a pressão orçamental.
Nyusi alertou também para as consequências econômicas das manifestações, que, segundo ele, podem agravar ainda mais a situação financeira do país. “Estou com receio de que alguns bloqueios feitos de maneira inocente desaguem em problemas maiores, porque, se o governo não tiver capacidade de pagar, o que vamos fazer? Vamos prender quem?”, questionou.
Outro ponto destacado pelo Presidente foi o impacto dos altos custos com o combate ao terrorismo, que, somados às despesas em outras áreas essenciais, têm sobrecarregado o orçamento estatal. Apesar disso, Nyusi apelou por solidariedade nacional e internacional para superar a crise.
“Precisamos de união e ponderação para atravessar este momento. Não temos capacidade para enfrentar muitas frentes ao mesmo tempo”, concluiu. (Bendito Nascimento)