Os trabalhadores afirmaram que a empresa, responsável pela gestão de resíduos sólidos, está paralisada devido à falta de pagamento de facturas pelo Conselho Municipal. Segundo os manifestantes, ao procurarem respostas junto ao gestor da empresa, foram informados de que a administração municipal ainda não honrou as dívidas com a microempresa, agravando a situação dos colaboradores.
“A cada lado que recorremos, somos tratados como uma bola: o Conselho Municipal diz que é problema do gestor; o gestor, por sua vez, diz que não tem dinheiro porque o município não paga. Estamos cansados e não vamos sair daqui até que a situação seja resolvida”, declarou um dos trabalhadores presentes no protesto.
Durante o acto, um representante do Conselho Municipal tentou apelar à calma dos manifestantes, alegando que os contratos firmados são directamente com os gestores das microempresas e não com os trabalhadores. Contudo, os manifestantes contestaram, afirmando que já haviam apresentado as suas preocupações anteriormente, sem qualquer solução concreta.
Enquanto o protesto acontecia, o presidente do Conselho Municipal realizava uma conferência de imprensa no interior do edifício municipal, para abordar os impactos das manifestações recentes na cidade. Os trabalhadores aproveitaram a oportunidade para se manifestar na tentativa de obter respostas directas da liderança municipal.
Além da exigência dos salários em atraso, os trabalhadores destacaram as dificuldades que enfrentam por dependerem exclusivamente da microempresa como fonte de rendimento. “Precisamos de dinheiro para pagar as nossas contas”, afirmou outro manifestante, visivelmente emocionada.
De lembrar que o mandato recentemente findo de Éneas Comiche, também foi marcado por intensas reclamações de empresas contratadas para a recolha de resíduos sólidos, algumas chegando a abandonar os contentores em alguns pontos da cidade e fazendo com que o lixo invadisse ruas e avenidas.
A falta de clareza sobre as obrigações entre o Conselho Municipal e os gestores das microempresas levanta questões sobre a gestão financeira e os atrasos nas relações contratuais. O que resta, é só aguardar os próximos contornos desse evento, com o Município atirando culpa aos gestores e os gestores por sua vez responsabilizando o Município, enquanto os funcionários passam fome. (Benedito Nascimento)