Filósofo Severino Ngoenha e mais 15 individualidades moçambicanas na lista das 100 personalidades mais influentes da Lusofonia em 2024

A POWERLIST 100 é uma aliança entre a BANTUMEN e diferentes plataformas de comunicação lusófonas para homenagear e celebrar a multiplicidade, excelência e potência de pessoas negras que partilham o Português como língua oficial.

A curadoria da lista é realizada pelo colectivo de jornalistas e produtores de conteúdo das diferentes plataformas de comunicação parceiras, presentes em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal.

No dia 30 de novembro, a BANTUMEN apresentou a quarta edição da Power List BANTUMEN 100, uma iniciativa que reconhece e celebra as conquistas de 100 personalidades afrodescendentes de países lusófonos. Este reconhecimento, que se concretiza numa lista de impacto, celebra a excelência em diversas áreas profissionais e culturais, promovendo a visibilidade e a influência da afrodescendência no mundo lusófono.

A lista, disponível no site da iniciativa, é elaborada em colaboração com vários meios de comunicação de expressão portuguesa, evidenciando a importância da presença e da voz Afrodescendentes nas diferentes esferas sociais, como Ciências, Cultura, Comunicação e Empreendedorismo.

A gala de apresentação deste ano, organizada em co-produção com a Lisboa Cultura, realiza-se no dia 30 de novembro, a partir das 17h30, no Pátio da Galé, no centro histórico de Lisboa, conduzido pelas apresentadoras de televisão Kathy Moeda (Cabo Verde) e Nádia Silva (Angola). O evento contou com a presença do Presidente da Câmara de LisboaCarlos MoedasMayra AndradeNennyDino de SantiagoInocência Mata, entre outras personalidades. A moçambicana Assa Matusse, a francesa de origens cabo-verdianas Rislene Semedo e as Batucadeiras das Olaias foram alguns dos artistas que atuaram para os mais de 300 convidados.

A iniciativa visa, além do reconhecimento individual, promover a partilha e a reflexão em torno da diversidade cultural, e no contexto do último ano da Década Internacional dos Afrodescendentes, instituída pela ONU. Esta celebração é uma oportunidade para reforçar a importância do reconhecimento dos direitos afrodescendentes e da luta contra desigualdades históricas.

A Power List BANTUMEN 100 conta com o apoio de dois Media Partners: a RTP África e o canal Trace. A RTP África, responsável pela transmissão em diferido, como canal público voltado à cultura e atualidade das comunidades lusófonas africanas, reforça a conexão e a valorização dessas culturas, enquanto o Trace, canal de televisão francês dedicado à música e à juventude afrodescendente global, amplia o alcance e a representatividade das vozes afro-lusófonas.

A distribuição dos homenageados na Power List BANTUMEN 100 em números reflete 47% Homens, 49% Mulheres e 4% de pessoas não-binários. Em relação aos países de origem: Angola (13%), Brasil (22%), Cabo Verde (19%), São Tomé e Príncipe (11%), Guiné-Bissau (11%), Moçambique (15%) e 19% com dupla nacionalidade (portuguesa mais uma dos PALOP). Em termos de áreas de atuação, Comunicação e Media: 18%; Negócios e Empreendedorismo: 7%; Ciências e Tecnologia: 3%; Artes e Cultura: 32%; Ação Social e Direitos Humanos: 20%

Os homenageados são indicados através de parceiros editoriais – Balai CV (Cabo Verde), BANTUMEN (Lusofonia), CULTNE TV (Brasil), Notícia Preta (Brasil), RSTP (São Tomé e Príncipe) e Xonguila (Moçambique) – assim como através de curadoria de personalidades destacadas em edições anteriores da PowerList.

Esta iniciativa é powered by Hausdown, agência criativa lusófona, e patrocinada pelas empresas cabo-verdianas Unitel T+ (telecomunicações) e Glowcondo (gestão imobiliária). O evento associado à iniciativa conta com a co-produção do organismo Lisboa Cultura e o apoio da Câmara Municipal de LisboaAdega de BorbaPastéis de BelémProsperous VodkaTurismo de LisboaSogrape e a Kees Eijrond Foundation.

Alberto Magassela

Nascido em Maputo, em 1966, é um reconhecido ator no universo e cinematográfico televisivo e português.

Graduou-se como técnico médio pedagógico em Matemática e Física pelo Instituto Médio Pedagógico de Maputo em 1989. Posteriormente, licenciou-se em Engenharia Informática pela Universidade Lusófona do Porto, em 2014.

Em 2018, concluiu o Mestrado em Engenharia de Software e Sistemas de Informação, na mesma instituição, sob orientação do Professor Doutor David Lamas, apresentando a tese intitulada “Tecnologias de Informação e Comunicação Para o Desenvolvimento ICT4D”. Atualmente, está a realizar um Doutoramento em Artes dos Media na Faculdade de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias de Informação, no Porto.

Magassela iniciou a sua carreira profissional em 1990, como docente de Matemática e Física na Escola 25 de Junho, em Maputo, tendo lecionado em várias outras instituições até 1995. Paralelamente, começou nesse mesmo ano a atuar profissionalmente no Grupo de Teatro Mutumbela Go-Go do Teatro Avenida, também em Maputo. Em 1995, mudou-se para Portugal, dedicando-se exclusivamente ao teatro. Em 1996, integrou o elenco da peça “Dom Duardos”, de Gil Vicente, pelo Teatro Nacional São João, no Porto. Desde então, participou em mais de trinta produções teatrais, destacando-se “O Grande Teatro do Mundo”, de Calderón de la Barca; “Os Negros”, de Jean Genet; “Mar me quer”, de Mia Couto; “Lisístrata”, de Aristófanes; entre outras. O seu trabalho teatral distribui-se por colaborações com várias companhias entre Porto e Lisboa.

No cinema, participou em filmes como “O Crime do Padre Amaro” (2005), “Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra” (2005), “O Último Voo do Flamingo” (2010) e “O Grande Kilapy” (2012). Também teve papéis em produções televisivas de destaque, como “O Fura-Vidas” (1999-2001), “A Loja do Camilo” (2000), “A Única Mulher” (2015-2017), “Circo Paraíso” (2018-2019) e “Queridos Papás” (2023).

Entre 2008 e 2012, foi representante da comunidade moçambicana em Portugal no Conselho Consultivo do Alto Comissariado para o Diálogo Intercultural. Desde 2019, Magassela tem-se dedicado à docência em termos profissionais.

Atualmente, leciona pelo Ministério da Educação, ministrando as unidades curriculares de Tecnologias de Informação e Aplicações Informáticas. A sua trajetória evidencia a versatilidade e o compromisso com as artes performativas e a educação, tanto em Moçambique como em Portugal.

Alcy Caluamba

Alcides Caluamba, mais conhecido como Alcy, é natural de Cuamba, na província do Niassa, Moçambique. Formado em Engenharia Informática na Índia, Alcy destacou-se como humorista, dançarino e designer gráfico. A sua carreira na produção audiovisual ganhou visibilidade ao dublar um trecho de uma entrevista que rapidamente viralizou em Moçambique. Através dessa ação, mobilizou apoio beneficente para o entrevistado, portador de deficiência, marcando o início da sua trajetória como uma personalidade influente nas redes sociais, onde partilha momentos de humor com os seus seguidores.

Em 2019, tornou-se no primeiro africano a participar do maior programa de TV de dança indiana, o Dance Plus 5, ampliando o seu reconhecimento internacional. Posteriormente, fundou a Alcy Media, uma empresa localizada em Maputo especializada em fotografia, produção de vídeos, serviços eletrónicos e formação em filmmaking, consolidando a sua presença no mercado audiovisual.

Alcy ganhou contratos com empresas de renome como a Coca-Cola Moçambique e realizou campanhas para marcas como Baygon, Cerveja 2M e Caldo Benny. O seu trabalho e alcance nas redes sociais valeram-lhe destaque na seção de interpretação de texto do Exame Nacional de Língua Portuguesa da décima classe, promovido pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, em 2021.

Em 2024, lançou o seu primeiro filme, intitulado “Caly”. O filme retrata a história emocionante de um pai que luta para resgatar a sua filha sequestrada. Segundo Alcy, este projeto é a realização de um sonho de infância. O saxofonista Moreira Chonguiça elogiou a obra, afirmando que ela contribui para quebrar os tabus que dizem que “os jovens moçambicanos não pensam, a juventude moçambicana está perdida, a juventude moçambicana não cria.”

Actualmente, é um dos influenciadores mais proeminentes de Moçambique, com a sua própria produtora que não só realizou o seu filme, mas também produz trabalhos para empresas de renome e oferece cursos de formação, solidificando-se como um importante nome no panorama cultural moçambicano.

Alia Raúl Sumail

Bailarina, coreógrafa e empreendedora moçambicana que fez da sua paixão pela dança um legado transformador. Desde cedo, enfrentou dificuldades para encontrar escolas de dança ou comunidades que para acolherem o seu talento em Maputo, mas essas barreiras alimentaram a sua determinação em fortalecer e enriquecer a cena artística no país.

Formada em dança clássica pela prestigiada Royal Academy of Dance, na Dinamarca, Alia regressou a Moçambique com o objetivo de inspirar jovens e transformar vidas através da arte. No dia 5 de maio de 2015, fundou a Interdance, uma escola de dança que nasceu na sala do seu modesto apartamento, com apenas sete alunos de ballet clássico. Em menos de um mês, esse número saltou para 33, e a Interdance tornou-se rapidamente um espaço mágico para sonhadores, onde cada movimento era uma promessa de esperança e realização.

A Interdance não é apenas uma escola, tornou-se num projeto de renome nacional e internacional, moldando jovens talentos e promovendo a arte da dança em Moçambique. Através deste projeto, Alia tem empoderado jovens, criado empregos e proporcionado oportunidades para que a dança seja uma ferramenta de autodescoberta e expressão.

O impacto do seu trabalho foi reconhecido em 2024, quando foi nomeada para os Prémios Mozal Artes e Cultura na categoria de Dança, celebrando a sua contribuição para o desenvolvimento artístico e cultural de Moçambique.

Cláudio Lobo

Designer de profissão, cresceu em Washington, onde completou os seus estudos. Formou-se em Marketing e Comércio Internacional, antes de aprofundar a sua paixão pela moda através de uma formação em Design.

Após concluir o curso de Design, Cláudio iniciou a sua carreira na área da publicidade, trabalhando na agência DDB em Maputo. Em 2013, surgiu a ideia que daria origem à sua marca de moda. Depois de encomendar um casaco forrado com capulana a uma costureira, a peça fez sucesso entre amigos e conhecidos, levando-o a perceber o potencial do tecido tradicional como elemento central de um negócio.

A marca Chibaia foi oficialmente fundada nesse mesmo ano, inspirada no sobrenome original da sua família, que havia sido alterado durante a época colonial para “Lobo”. Inicialmente, Cláudio dedicou-se à criação de casacos, reinventando a capulana em peças que conquistaram um público diversificado. Os primeiros clientes eram maioritariamente estrangeiros, mas nos anos seguintes a marca ganhou popularidade entre jovens moçambicanos de classe média.

Em 2015, abriu uma loja perto do centro de Maputo, onde ampliou o portefólio da marca para incluir bolsas, calções, tops, t-shirts e casacos femininos e masculinos, sempre com a capulana como elemento distintivo. Através da Chibaia, o designer visa não apenas contribuir para a valorização do património cultural e material moçambicano, mas também gerar emprego e inspirar uma nova geração de empreendedores no país.

Cláudio Lobo continua a afirmar-se como um embaixador da moda moçambicana, utilizando a capulana para criar uma identidade contemporânea e positiva de Moçambique, com produtos de alta qualidade que unem tradição e modernidade. Além disso, Cláudio Lobo participou em iniciativas que visam a capacitação de jovens designers, contribuindo para o desenvolvimento da indústria da moda em Moçambique.

Eduardo Quive

É um escritor, jornalista e curador reconhecido pelo seu trabalho na promoção da literatura e da cultura moçambicana. A sua carreira na comunicação teve início em 2010, e a partir de 2012, dedicou-se ao jornalismo cultural, com contribuições para jornais, revistas e televisão. Foi crítico literário em publicações como SolNotícias e Debate.

Na área da curadoria e produção cultural, destacou-se como responsável pelo Festival Literário Resiliência e pela Feira do Livro da Livraria Minerva. Quive é também cofundador da revista LITERATAS – Revista de Artes e Letras, um espaço dedicado à divulgação de literatura e cultura em Moçambique.

Além disso, é editor da newsletter RADAR, dedicada à Arte, Criatividade e Inovação no âmbito do festival Maputo Fast Forward, escreve para a revista de bordo ÍNDICO das Linhas Aéreas de Moçambique e atua como coordenador de comunicação da Fundação Fernando Leite Couto. Em 2020, cofundou a plataforma e editora CATALOGUS, focada na valorização e publicação de autores moçambicanos.

Eduardo Quive é autor de obras que vão desde poesia a narrativas. Publicou: Lágrimas da Vida Sorrisos da Morte (2012); Brasil & África – Laços Poéticos (2014, coautoria); Contos e Crônicas para Ler em Casa Vol. I e II (2020, co-organização); O Abismo aos Pés (2020, co-organizador, uma coletânea com entrevistas a 25 escritores lusófonos sobre a pandemia); Para Onde Foram os Vivos (2022).

Em 2022, foi vencedor do programa de Residência Literária Maputo-Lisboa, promovido pelo Camões – Centro Cultural Português em Maputo e pela Câmara Municipal de Lisboa, o que lhe permitiu uma temporada de imersão literária em Lisboa.

Em 2024, lançou o livro de contos Mutiladas, descrito como uma obra que explora o existencialismo, a degradação, a violência e os pequenos gestos de amor. A sua escrita é marcada pela sensibilidade em abordar questões sociais e humanas.

Além de escritor, Eduardo é formador e orienta oficinas de escrita e leitura, contribuindo para o desenvolvimento de novos talentos literários em Moçambique. O seu trabalho abrange múltiplas áreas, consolidando-o como uma figura central na cena cultural moçambicana.

Énia Lipanga

Poetisa, ativista, rapper, repórter e agitadora cultural, conhecida pelo seu compromisso com a arte, inclusão e justiça social. Frequentou os cursos de Direito na Universidade de São Tomás de Moçambique e Jornalismo na Universidade de Maputo, formando uma base sólida para sua atuação multifacetada.

A sua carreira começou aos 16 anos, trabalhando em diferentes meios de comunicação, como a rádio Super FM, o portal Folha de Maputo, a organização Irex, o programa de formação de jornalistas Mídia Lab, e colaborando com a Televisão Gungu. Esta experiência inicial moldou a sua visão crítica e engajada com as questões culturais e sociais.

Em 2015, foi uma das organizadoras do Festival Internacional da Cultura 6 Continentes, promovendo a língua portuguesa através da arte e fortalecendo laços culturais entre os países lusófonos. Três anos depois, em 2018, participou no Festival Mundial de Slam Poetry em Maputo, consolidando sua presença na cena poética.

É fundadora do Moz Slam, a primeira batalha de slam poetry de Moçambique, e representou o país na V Edição do Encontro de Poetas de Língua Portuguesa. Em 2019, participou na 6ª edição do Festival Internacional “Memória Viva”, em Burgos, Espanha, e foi selecionada para integrar o coletivo de ativistas sociais Uqhagamishelwano, que luta contra práticas sociais repressivas.

Em 2020, lançou Sonolência e Alguns Rabiscos, o primeiro livro de poesia publicado em braille em Moçambique, abordando temas como amor, género e inclusão. Esta obra destaca o seu compromisso com a acessibilidade na literatura.

Dois anos depois, em 2022, foi convidada para o evento Vozes Africanas na Poesia pela Universidade Federal de Santa Catarina, no Brasil, reafirmando o seu reconhecimento internacional.Em 2024, Énia Lipanga levou ao Brasil a digressão Compostas de Ti(s), uma série de eventos que combinam poesia, ativismo e intercâmbio cultural. A turnê percorreu cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e Boa Vista, ampliando o diálogo entre a poesia moçambicana e o público brasileiro.

Geny Catamo

Nascido em Maputo, Moçambique, é um futebolista que começou a sua formação no CD Maxaquene, onde demonstrou desde cedo um talento promissor. Representando os escalões jovens de Moçambique em várias competições internacionais, chamou a atenção por seu desempenho. Em 2018, transferiu-se para a Associação Black Bulls, consolidando a sua posição como uma das jovens promessas do futebol moçambicano. No mesmo ano, rumou a Portugal, onde ingressou no Amora FC. As suas atuações de destaque tanto nos juniores como nos seniores do clube fizeram com que o Sporting CP apostasse no seu talento, integrando-o na equipa de juniores na temporada 2019/2020.

No Sporting CP, Geny rapidamente se destacou e foi chamado à seleção principal de Moçambique, onde teve uma estreia memorável, marcando um golo no seu primeiro jogo e tornando-se o jogador mais jovem a marcar na estreia pelos “Mambas”. Na equipa leonina, Catamo jogou 30 vezes pela equipa B e estreou-se pela equipa principal em dezembro de 2021. Durante os empréstimos ao Vitória SC e ao CS Marítimo, continuou a ganhar experiência e a mostrar o seu valor em competições de alto nível.

Em 2023, regressou ao Sporting CP para integrar definitivamente a equipa principal, tendo um papel importante na conquista do título de campeão nacional na temporada 2023/2024.

Ao longo da sua carreira, Geny Catamo já conquistou dois troféus importantes: a Taça da Liga Portuguesa, na época 2021/2022, e a Liga Portuguesa, na época 2023/2024, ambas ao serviço do Sporting CP.

Ídio Chichava

Performer e coreógrafo moçambicano. Iniciou a sua trajetória na dança em 2000, integrando um grupo de dança tradicional moçambicana. Um ano depois, em 2001, fundou a companhia Amor da Noite, marco inicial da sua exploração artística que se expandiu para a dança contemporânea ao conhecer as companhias CulturArte e Danças na Cidade. Nesse mesmo ano, participou em workshops com a coreógrafa brasileira Lia Rodrigues, consolidando os primeiros passos de um percurso que viria a transcender fronteiras culturais.

Em 2002, Ídio expandiu a sua formação trabalhando com coreógrafos como Georges Khumalo (África do Sul), Riina Saastamoin (Finlândia) e Thomas Hauert (Suíça). No ano seguinte, colaborou com Hauert como intérprete na peça Há Mais, realizando uma digressão pela Europa. Durante uma estadia na Bélgica, frequentou aulas na prestigiada École de PARTS, onde teve como mentores nomes como David Zambrano (Venezuela), Mat Voorter (Países Baixos) e Elisabeth Coorbett (EUA).

A partir de 2003, Ídio aprofundou a sua prática ao integrar peças de Panaibra Gabriel e Cristina Moura, continuando a sua colaboração com a companhia CulturArte. Paralelamente, enriqueceu o seu repertório artístico ao estudar teatro com Maria João (Portugal) e Panaibra Gabriel, além de frequentar workshops com coreógrafos internacionais como Sandra Martinez (França) e Betina Hozhausen (Suíça).

Em 2005, uniu-se à companhia Kubilai Khan Investigations, atuando na criação franco-moçambicana Gyrations of Barbarous Tribes, dirigida por Frank Micheletti. Esta colaboração marcou o início de uma relação criativa duradoura que levou Ídio a participar em criações apresentadas em festivais internacionais, como Geografía na Bienal de Dança de Lyon (2008). Continuou a trabalhar com a Kubilai em várias produções, incluindo Espaço Contratempo em Tóquio (2009), Archipelago (2011), Tiger Tiger Burning Bright (2012), Volt(s) Face (2013), Mexican Corner (2013), Your Ghost is Not Enough (2014), Bien Sûr Les Choses Tournent Mal (2015), Black Belt (2016) e Something is Wrong (2019).

Além do trabalho como intérprete, Ídio desenvolveu uma linguagem coreográfica única, questionando as origens culturais do movimento individual e promovendo a dança fora dos espaços tradicionais de apresentação. Esta abordagem visa aproximar a dança das comunidades, explorando as suas relações com a sociedade.

Desde 2018, Ídio colabora com o Théâtre La Cité, participando no projeto Du Bitume à la Scène, onde trabalha ao lado de coreógrafos como Bouziane Bouteldja e Bahri Ben Yahmed. Em 2022, integrou a 2ª edição de Uma Coleção para Amanhã, reafirmando o seu compromisso com a inovação coreográfica e a transmissão de conhecimentos, ao organizar workshops que inspiram novas gerações de artistas.

A trajetória de Ídio Chichava é marcada por uma visão que transcende o palco, promovendo uma dança enraizada na cultura e aberta ao mundo, capaz de estabelecer diálogos profundos entre tradição e contemporaneidade.

Em 2024, Ídio Chichava continuou a expandir a sua influência no mundo da dança contemporânea. Participou em diversos festivais internacionais, apresentando novas criações que exploram as interseções entre tradição e modernidade. Além disso, intensificou a sua colaboração com o Théâtre La Cité, contribuindo para projetos inovadores que aproximam a dança das comunidades locais. Ídio também dedicou-se à formação de jovens talentos, organizando workshops e residências artísticas em Moçambique e na Europa, reforçando o seu compromisso com a transmissão de conhecimento e o desenvolvimento da dança contemporânea no contexto africano.

Foi distinguido ainda com o Salavisa European Dance Award (SEDA), o maior prémio de dança contemporânea. A cerimónia aconteceu no dia 27 de novembro de 2024, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, reunindo artistas e especialistas de todo o mundo. Este reconhecimento internacional celebra a extraordinária trajectória de Idio Chichava no cenário global da dança contemporânea.

Inácio Fernandes “Picasso Negrão”

Conhecido como Picasso Negrão, é uma figura destacada no cenário do entretenimento e moda em Moçambique, reconhecido pela organização de eventos de grande envergadura e pela sua influência cultural. Ao longo da sua carreira, tem desempenhado um papel significativo no setor do entretenimento, atraindo multidões e promovendo a cultura local.

Em setembro de 2023, Picasso Negrão alcançou um marco importante ao esgotar as estadias na Ponta do Ouro com o Festival da Ponta do Ouro, um evento que atraiu mais de 10.000 pessoas. Este sucesso consolidou a sua reputação como organizador de eventos de grande escala e evidenciou a sua capacidade de movimentar o setor do entretenimento no país.

No entanto, nem sempre o percurso foi livre de desafios. Em 2021, enfrentou acusações de burla relacionadas com a venda de bilhetes para um carnaval que organizava. Picasso negou as acusações, assegurando aos compradores que os bilhetes seriam válidos para datas futuras ou que poderiam solicitar reembolsos, mostrando o seu compromisso com a integridade e a satisfação do público.

Além da sua carreira, Picasso mantém uma presença marcante nas redes sociais, como o Facebook, onde acumula mais de 11.000 seguidores. A sua actividade digital reflete a sua popularidade e capacidade de se conectar com o público moçambicano. Em novembro de 2021, casou-se com Nandy Fernandes, um momento amplamente partilhado e celebrado pelos seus seguidores.

Lineu Candieiro

Empresário moçambicano, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Lin, um conglomerado estabelecido em 2012 que opera nos setores de limpeza e saúde. O grupo integra empresas como Lin Limpezas, Lin Recolhas, Lin Ambulâncias e LinMedCare, consolidando uma presença significativa no mercado nacional.

Em setembro de 2021, foi eleito presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) de Moçambique, assumindo um papel central na promoção do empreendedorismo jovem no país. Durante o seu mandato, lançou iniciativas de destaque, como o evento internacional Morenergy, focado em energias renováveis, realizado em dezembro de 2021. Além disso, representou os jovens empresários moçambicanos em eventos internacionais, como a temporada de intercâmbio O Power da Network, nos Estados Unidos, em janeiro de 2023.

Candieiro tem sido uma voz ativa na defesa da desburocratização e simplificação de procedimentos para facilitar o acesso ao financiamento por parte dos jovens empresários, contribuindo para a criação de um ambiente de negócios mais favorável em Moçambique.

Em 2024, sob a sua liderança, o Grupo Lin expandiu as suas operações, consolidando a presença nos setores de limpeza e saúde, e avançando com planos para entrar no ramo da lavandaria. Além disso, Candieiro manteve-se ativo na promoção do empreendedorismo jovem, participando em conferências e workshops que visam capacitar novos empresários e defender políticas que facilitem o ambiente de negócios em Moçambique.

Madina Abacar

Empreendedora e influenciadora digital moçambicana, reconhecida por suas contribuições nos setores de moda, marketing e liderança jovem. Fundadora do blog “Miss Abacar”, utiliza esta plataforma para abordar temas como moda, saúde, filantropia e estilo de vida, promovendo marcas locais e inspirando mulheres moçambicanas a explorarem seu potencial.

Em 2014, cofundou a marca DICAPU, especializada na criação e personalização de roupas, calçados e acessórios com capulana, o tradicional tecido moçambicano, destacando-se pela valorização da cultura local e pelo impacto na moda moçambicana. Mais recentemente, lançou a marca Alice by Miss Abacar, que combina tendências contemporâneas com elementos tradicionais, refletindo seu estilo pessoal e visão inovadora de moda.

Madina concluiu em 2021 o mestrado em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique (ISCTEM), somando esta conquista às suas formações anteriores em Gestão Financeira e Bancária e como Fashion Advisor. Esta base sólida sustenta a sua trajetória como empreendedora e líder.

Madina também é fundadora da Medja Agency, uma agência especializada em marketing digital e gestão de marcas, com foco na promoção de empresas e indivíduos no mercado moçambicano e internacional. Esta iniciativa consolida o seu papel como referência no setor de marketing e comunicação no país.

Além das suas iniciativas empresariais, Madina é Embaixadora da One Young World, uma organização global que reúne jovens líderes para debater e implementar soluções para desafios globais. Neste papel, tem representado Moçambique em fóruns internacionais, destacando questões sociais e culturais cruciais e promovendo mudanças positivas.

No campo social, Madina esteve envolvida no movimento “Outubro Rosa Moçambique”, dedicado à conscientização sobre a prevenção e combate ao câncer de mama, auxiliando mulheres que enfrentam a doença. Este trabalho reflete o seu compromisso com a saúde e o bem-estar da comunidade.

Através das suas iniciativas e plataformas, Madina Esmeralda Davane Abacar continua a influenciar positivamente a sociedade moçambicana, promovendo a cultura local, apoiando causas sociais e inspirando jovens a perseguirem os seus objetivos, enquanto projeta Moçambique no cenário global.

Mélio Tinga

Nascido em Maputo, é um reconhecido designer de comunicação, escritor e empreendedor. Licenciado em Educação Visual e pós-graduado em Branding, Mélio combina formação académica com uma carreira diversificada e inovadora. Cofundador da DESIGN Talk, a partir da qual promove iniciativas de promoção do design em Moçambique e da CATALOGUS, um portal que trabalha na difusão de autores moçambicanos, mas também no campo editorial, comunicação, produção de eventos e comércio de produtos culturais. Mélio é também editor da Revista DEZAINE.

Como escritor, Mélio é autor de oito livros publicados em Moçambique, Portugal e Brasil. Estreou-se com O Hambúrguer que Matou Jorge – Antologia de Contos Criminais Moçambicanos (2017) e lançou O Voo dos Fantasmas em 2018. Em 2021, publicou o romance Mariza, vencedor do *Prémio Literário Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa 2020. Mélio tem sido reconhecido por diversas instituições, tendo vencido o concurso BLOG4DEV do Banco Mundial em 2020, sido finalista do Prémio Literário 10 de Novembro 2019, e distinguido com o Prémio das Indústrias Culturais e Criativas (PREICC) 2023, pelo Ministério da Cultura e Turismo de Moçambique. Foi ainda selecionado para a bolsa “AléVini”, que promove a mobilidade profissional no Oceano Índico, financiada pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

Em 2024, Mélio Tinga lançou o romance Névoa na Sala, uma obra que aborda os traumas da guerra, a força do amor e os desafios da depressão. O livro foi apresentado no Centro Cultural Franco-Moçambicano e no Camões – Centro Cultural Português em Maputo, consolidando o impacto do autor no cenário literário lusófono. Ao longo do ano, participou em vários eventos literários nacionais e internacionais, reforçando a sua presença como uma voz proeminente na literatura moçambicana.

Nilsa Carona

Nascida em Vilanculos, na província de Inhambane, Moçambique, é uma influencer digital que tem conquistado o público com as suas receitas e conteúdos sobre culinária e estilo de vida. Licenciada em Gestão de Recursos Humanos e mestre em Culinária Profissional e Recursos Humanos, Nilsa combina o seu amor pela cozinha com um profundo sentido de conexão comunitária e valorização da gastronomia moçambicana.

O seu talento para a cozinha manifestou-se de forma inesperada. Trabalhando numa reserva no Niassa, Moçambique, aos 24 anos, foi chamada a substituir o cozinheiro do resort onde estava empregada. Apesar de nunca ter exercido profissionalmente na área, aceitou o desafio. O resultado foi um sucesso imediato, com os clientes a elogiarem os seus pratos e a incentivarem-na a explorar o seu talento culinário. Esse episódio revelou uma paixão que, até então, considerava um “dom silencioso” inspirado pelas lições da mãe durante a infância.

No início da pandemia, incentivada pela filha mais velha, Nilsa criou uma conta no TikTok, onde começou a partilhar vídeos e fotografias dos seus cozinhados. Em pouco tempo, tornou-se uma referência na plataforma. Em dois anos, acumulou mais de 1 milhão de seguidores e, em 2023, expandiu a sua presença digital para o Instagram e Facebook, onde alcançou rapidamente 148 mil e 44 mil seguidores, respetivamente. Atualmente, Nilsa conta com 1,4 milhões de seguidores no TikTok e mais de 42 milhões de visualizações, consolidando-se como uma das criadoras de conteúdo mais populares de Moçambique.

Além de ser uma criadora de conteúdos, Nilsa é proprietária de uma horta comunitária, promovendo a agricultura orgânica e a sustentabilidade. Nas suas redes sociais, destaca a importância da culinária moçambicana, apresentando pratos tradicionais e receitas que se tornaram “indispensáveis” nas mesas das famílias. Nilsa acredita que a cozinha vai além de preparar alimentos; para ela, é um reflexo do sentido de lar e de comunidade.

Nilsa Carona continua a inspirar milhões com as suas receitas e histórias, mostrando como um imprevisto no trabalho pode revelar um talento extraordinário e transformar uma paixão numa carreira de sucesso. A sua trajetória é uma celebração da cultura moçambicana e da força de acreditar em si mesmo, mesmo em momentos de incerteza.

Otis Remane

Otis Selimane Remane, músico moçambicano de 28 anos, é instrumentista, cantor e compositor, reconhecido por sua dedicação à música e à promoção da cultura de Moçambique. Nascido em Maputo, teve os primeiros contatos com a música aos 7 anos, tocando piano e flauta doce. Formou-se na Escola Nacional de Música de Moçambique e, numa passagem pelo Zimbábue, ampliou os seus horizontes musicais. Em 2015, mudou-se para o Brasil para aprofundar os seus estudos e graduou-se em Música pela Unicamp, onde atualmente cursa mestrado, investigando a adaptação de ritmos tradicionais moçambicanos para a bateria.

A música de Otis é uma fusão de influências que reflete a riqueza da sua trajetória. Inspirado por ritmos moçambicanos como marrabenta e mussakazi, ele incorpora elementos da África Austral, do noroeste africano e da música árabe. Além disso, as suas experiências com meditação budista no Brasil influenciaram o caráter meditativo das suas composições. O seu álbum de estreia, Tumbuluku (2021), explorou quase duas décadas de vivências musicais. Já o projeto Renascimento, lançado em 2024, é uma reconexão com as memórias da sua infância em Moçambique, transformadas em música.

Em 2024, Otis apresentou o espetáculo Renascimento no projeto Sonoridades, realizado no Centro Histórico-Cultural Santa Casa, em Porto Alegre. O concerto incluiu composições inéditas e releituras de músicas populares de Moçambique, África do Sul e Zimbábue, com Otis na bateria e mbira, acompanhado por Leo Cappi (baixo), Fe Ribeiro (piano) e Eliezer (guitarra). Além disso, foi nomeado para a 4ª Edição dos Prémios Mozal Artes e Cultura, na categoria de Música, destacando o impacto da sua obra no cenário artístico moçambicano.

Paralelamente, Otis manteve-se ativo como educador e difusor cultural. Sentindo o desconhecimento sobre Moçambique no Brasil, criou iniciativas como o curso Musicologia Africana, que combina música com contexto social, histórico e etnográfico. Já ministrou cinco edições do curso, reforçando seu compromisso com a valorização dos saberes africanos.

Com uma carreira marcada pela criação de pontes culturais, Otis colaborou com artistas como Anelis Assumpção, Curumin, Luedji Luna, François Muleka e Marissol Mwaba. É também fundador da festa Sons D’África e coordenador do projeto de intercâmbio Tuko Pamoja Brasil, uma parceria entre Brasil, Noruega e Moçambique para o desenvolvimento de lideranças juvenis.

Otis Selimane Remane continua a transformar a música em uma ferramenta de conexão e educação, promovendo Moçambique e as suas tradições no palco internacional, enquanto cria um espaço para diálogos culturais e inovação musical.

Severino Ngoenha

Nascido em 1962, em Maputo, é um filósofo, professor e pesquisador moçambicano, cuja obra se concentra na antropologia intercultural, pensamento africano, filosofia da educação e cultura política em África. Com graduação em Teologia e Doutorado em Filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma, Ngoenha dedica-se a promover uma reflexão crítica sobre o pós-colonialismo, educação e os desafios políticos e sociais do continente africano.

Atualmente, é professor no Departamento de Filosofia da Universidade Pedagógica de Moçambique e professor associado no Departamento de Antropologia e Sociologia da Universidade de Lausanne, na Suíça. As suas contribuições intelectuais têm impacto tanto a nível nacional como internacional, abordando questões contemporâneas através de uma lente filosófica profundamente enraizada nas experiências e desafios africanos.

Nos últimos anos, Ngoenha tem-se destacado por iniciativas que consolidam o seu papel como uma das principais vozes intelectuais de Moçambique. Em março de 2024, lançou na cidade da Beira o livro Da Wesselia à Wesselia, uma obra que reflete sobre o lugar do ser humano num mundo dominado pela tecnociência e explora a criação de “homens” superiores aos biológicos. Este lançamento reafirmou o seu compromisso com debates filosóficos inovadores e relevantes para os tempos atuais.

Em novembro de 2024, participou em discussões sobre a situação política em Moçambique, destacando-se a sua análise sobre as manifestações no país. Numa entrevista à DW, Ngoenha afirmou que os protestos não resultaram apenas de disputas eleitorais, mas refletem um “descontentamento generalizado” face a problemas sociais que afetam amplamente a população.

Além das suas publicações e participações públicas, mantém uma presença ativa através do seu website, onde publica artigos e reflexões sobre temas como a necessidade de uma conferência nacional para tornar Moçambique um país seguro e mais justo para os seus cidadãos.

Sumalgy Nuro

Nascido em 1988 em Maputo, Moçambique, o bailarino, músico, professor e coreógrafo desenvolveu uma carreira multifacetada que une dança e música, explorando tanto tradições moçambicanas como formas contemporâneas. Atualmente, reside na Cidade do Cabo, África do Sul, onde frequenta o programa de pós-graduação em Instrumentos Musicais Africanos na Universidade da Cidade do Cabo (UCT).

O seu percurso artístico teve início em 2005, no bairro Maxaquene “A”, em Maputo, um local marcado por desafios sociais. Foi na Associação Sociocultural Horizonte Azul (ASCHA), liderada por Dalila Macuácua, que descobriu a paixão pela música, dança e teatro. Inspirado por instrutores como Vintani Nafassi e Valentin Ferrois, participou em festivais e eventos comunitários, enquanto adquiria competências que mais tarde o levariam a ensinar jovens em situação de vulnerabilidade.

Em 2010, juntou-se ao Núcleo de Jovens Criadores (NJC), inicialmente como intérprete, mas rapidamente assumiu responsabilidades como professor em atividades extracurriculares. Em 2013, ingressou na Universidade Pedagógica de Moçambique, onde frequentou um curso pedagógico de dois anos, que expandiu o seu conhecimento em dança contemporânea, pedagogia e antropologia cultural. Durante este período, lecionou dança tradicional moçambicana e percussão em instituições como a Escola Internacional Francesa de Maputo. Ainda em 2013, participou num programa de intercâmbio na Noruega, onde ensinou e coreografou em escolas culturais, ganhando valiosa experiência em liderança.

De regresso a Moçambique, colaborou com a Matola Music and Dance Company e coordenou programas educativos para estudantes internacionais através da Associação Cultural MoNo. Em 2017, deu início ao projeto Chamanculo C Music & Dance Academy, uma academia de música e dança em Maputo, com o apoio dos Arquitetos Sem Fronteiras, destinada a capacitar jovens em contextos vulneráveis.

Em 2018, mudou-se para a Cidade do Cabo para aprofundar a sua formação musical. Desde então, tem colaborado em produções e workshops multidisciplinares, trabalhando com companhias como a Matola Music and Dance Company e o projeto Kozmoz, além de coreógrafos e músicos de renome, como Idio Chichava, Manuela Tessi, Dizzu Platjies e François Muleka.

Em 2024, participou em diversas produções que destacam a fusão de música e dança como ferramentas de expressão cultural e inclusão social. Paralelamente, tem desenvolvido projetos voltados para a formação artística de jovens e está a concretizar o sonho de criar um centro de artes em Moçambique, cujo terreno já foi adquirido e está em construção.

O seu trabalho reflete um compromisso constante com a educação artística e a transformação social, usando as artes como uma ferramenta para promover a identidade cultural e impulsionar mudanças positivas em contextos locais e globais.

FONTE: https://powerlist100.bantumen.com/2024/

 

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