INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 16 de Setembro de 2022– A moeda zambiana, contornou a inflação e a dívida.
- O Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, reduziu a inflação de 24,4% em Agosto de 2021 para 9,7% em Junho deste ano.
- O kwacha zambiano tem sido a moeda com melhor desempenho mundial em relação ao dólar americano durante maior parte do presente ano .
Uma série de medidas monetárias e fiscais parece estar por detrás da força actual da economia zambiana, facto que tem estado a atrair atenção dos grandes centros económico e financeiros mundiais. Entre outras, medidas como a eliminação de direitos aduaneiros sobre a importação de gado e criação de frangos e um acordo de reestruturação da dívida com o FMI, tem ajudado a manter a economia do País numa trajectória de crescimento notável, sobretudo se considera-se a conjuntura económica global, caracterizada fundamentalmente, pelas pressões inflacionarias e crise energética .
Quando entrou em funções, há quase um ano, o novo Presidente da Zâmbia foi ridicularizado pelos cépticos que o chamavam de “o rapaz da calculadora”, pelo seu forte enfoque na economia e pelo seu passado como contabilista.
Olhando agora para trás, é evidente que estas eram as competências exactas de que a Zâmbia precisava para sair da confusão económica em que se encontrava na altura, tendo-se tornado o primeiro país africano a faltar aos reembolsos durante a pandemia. Entretanto, desde que se tornou Presidente em Agosto do ano passado, Hakainde Hichilema orientou a economia para a estabilidade.
O kwacha zambiano é a moeda com melhor desempenho no mundo em relação ao dólar americano, tendo-se apreciado mais de 18,5% de 22 de Janeiro a 1 de Setembro.
Enquanto os homólogos continentais da África do Sul, Zimbabué, Nigéria, Gana e Quénia foram incapazes de controlar o aumento da inflação e a queda das moedas, o Governo de Hichilema conseguiu reduzir a taxa de inflação de 24,4%, em Agosto de 2021, para 9,7% em Junho deste ano.
A economia da Zâmbia
Qual seria o segredo da Zâmbia para brilhar em áreas económicas onde quase todos os países do mundo estão a chafurdar? Um conjunto de medidas monetárias e fiscais, de acordo com o Centro de Monitorização Política e Investigação em Lusaka, a capital.
Quando o comité de política monetária do governo se reuniu em Novembro último, decidiu “aumentar a taxa de política monetária em 50 pontos base para 9%”. A taxa permanece inalterada até agora. O objectivo final é reduzir a inflação para entre 6% e 8% até meados de 2023 e uma diminuição da inflação tinha sido alcançada quando se voltou a encontrar em Maio de 2022.
Para apoiar a agricultura e a pecuária, o Governo de Lusaka retirou, também, 5% dos direitos aduaneiros sobre a importação de gado bovino e de criação de frangos. A taxa de aumento dos preços dos alimentos caiu de 12% em Julho para 11,3% em Agosto.
Os desafios continuam a prevalecer no sector de mineração, que contribui com 10% para o PIB do país.
Reestruturação da dívida da Zâmbia
Um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para reestruturar a dívida da Zâmbia, um pacote de resgate de 1,4 mil milhões de dólares, viu o Kwacha reforçar-se em relação ao dólar americano e ajudou a conter a taxa a que os preços estavam a subir devido a rupturas da cadeia de abastecimento resultantes da guerra na Ucrânia e a devastação causada pela pandemia de covid-19. O conselho do FMI aprovou um empréstimo de 38 meses à Zâmbia no valor de 1,3 mil milhões de dólares a 31 de Agosto, para além de outra atribuição especial de direitos de saque do fundo, no valor de 1,3 mil milhões de dólares, que recebeu em Agosto de 2021.
O economista Patrick Chileshe diz que a outra razão pela qual o Kwacha tem vindo a ganhar em relação ao dólar americano é o aumento da oferta de divisas. Para se proteger da volatilidade da taxa de câmbio, o banco central estava a injectar na economia uma média de 13 milhões de dólares por dia em Junho.
“Temos visto o Kwacha ganhar força, e isso foi impulsionado pelo aumento da oferta de divisas estrangeiras no mercado pelo Banco da Zâmbia, que foi consistente no mercado, enquanto a procura de dólares americanos tem sido baixa e isso levou à valorização do Kwacha zambiano”, explica Chileshe. (O. Económico)
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