O incidente ocorreu próximo à paragem da Belita, quando a viatura militar, que fazia parte de uma coluna devidamente sinalizada, atropelou a vítima sem se dignar em parar para prestar socorro.
Segundo as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), a jovem foi rapidamente socorrida e levada ao Hospital Central de Maputo, onde recebeu cuidados médicos. De acordo com informações na posse do Integrity Magazine, estado da vítima ainda é crítico e segue sob observação.
As FADM lamentaram o ocorrido em um comunicado oficial e assumiram total responsabilidade pela assistência médica e psicossocial da vítima. A instituição afirmou que está acompanhando o caso e garantiu que todos os cuidados necessários estão a ser providenciados.
No comunicado, as FADM também apelaram à população para respeitar as medidas de segurança no trânsito, em especial no que se refere às viaturas militares, que possuem prioridade durante missões operacionais.
“Apelamos à população a observar, meticulosamente, as medidas de segurança relativamente ao respeito pelo código de estrada e à prioridade das viaturas militares, devidamente sinalizadas, em trânsito nas vias públicas”, disse o comunicado.
O atropelamento gerou grande reacção entre os manifestantes naquele local, que queimaram em protesto pneus em repúdio ao ocorrido. O acto foi interpretado por muitos como uma manifestação de descontentamento com o incidente e, de forma geral, com a presença militar nas ruas durante as manifestações pós-eleitorais.
As Forças Armadas de Defesa de Moçambique afirmaram que o incidente será rigorosamente investigado, com o objectivo de esclarecer as circunstâncias do atropelamento e evitar que situações semelhantes ocorram no futuro. Atrelado a isso, as FADM reafirmaram o seu compromisso com a observância dos direitos humanos e do Direito Humanitário.
De referir que, esta é a primeira vez na cidade de Maputo, desde que começaram as manifestações no dia 21 de Outubro, que as FADM procedem de tal forma. Antes, o papel de vilão era por mérito apenas da Polícia da República de Moçambique (PRM) sob ordens superiores de Bernardino Rafael (Bendito Nascimento)