Em momento de detenção, era necessária a detenção e encaminhamento ao posto policial local de Nanjua, porque as forças locais suspeitaram que aqueles militares fossem mais um grupo de terroristas, uma narrativa que usou até às 17 horas.
A falta de comunicação, talvez devido às más relações entre as partes, tem estado a contribuir para as falhas na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado.
Em janeiro deste ano, durante um encontro na cidade de Pemba, o secretário do Estado tinha considerado os naparamas como uma autêntica afronta ao Estado.
Depois que se obrigou a retirada compulsiva da unidade das forças de defesa e segurança que fez patrulhas noutros pontos de Ancuabe, um grupo de terroristas entrou em acção na aldeia Nacuale, não tão longe de Nanjua. Eram precisamente 14 horas. E, para confrontar os mesmos, os naparamas sem ajuda das FDS quer do centro de treinamento militar de Macarara como os que tinham sido devolvidos de Nanjua eis que tiveram pesadas baixas.
Residentes locais, disseram esta terça-feira que mais seis corpos de naparamas sem vida foram encontrados pelos seus colegas, após outros oito confirmados na segunda-feira (19), totalizando 21 mortes, mas até na quarta-feira (20.11) contabilizavam-se 30 mortos.
Além de serem atingidos pelas balas, alguns foram decapitados com a separação da cabeça do resto do corpo.
“Aqui na nossa aldeia há uns que estão a abandonar e uns não, eu pessoalmente mandei os meus filhos de volta a Pemba porque estavam aqui de férias, mas quando ontem (segunda-feira) os da força local foram de novo ao mato, descobriram mais seis corpos. Antes de tinham 13 vítimas mortais sendo seis de naparamas, então com esta descoberta ultrapassa”
Mas como tudo aconteceu?
Sucede que os naparamas foram do confrontar os terroristas, nesse confronto, perderam a vida o nossos homens, como sabe eles não têm armas, isso lá para 11 horas de domingo, foi o começa da confrontação e 14 horas os terroristas entraram Nacuale enquanto uns tinham recuado para casa, foi daí que os seis foram mortos e decapitados”. Esta fonte fazendo as somas conclui-se que foram mortos 14 homens de naparamas alguns enterrados no local onde foram atingidos.
“Então 8 mais 6 dá 14, e civis são cinco até aqui que dá 19, mas ainda não é número definitivo porque pode haver mais corpos na medida em que o tempo vai passando”, revelou, contando que ainda está se trabalhando.
O interlocutor lamenta o facto de não haver boa colaboração entre as forças de naparamas e as de defesa e segurança “meu irmão, estes não têm armas, são coisas de magia que não funcionam, têm paus, arrolados por um pano vermelho e preto, com amuletos e são cicatrizados no corpo e outras recomendações, prontos. Isso é o que lhes faz não coordenar bem com as forças de defesa e segurança, com alegação de que não se entende entre terroristas e eles”.
Acrescentou ainda que “está coisa não se entende, as forças locais não confiam nas FADM e os ruandeses também, não colaboram bem com as forças armadas e ou naparamas. Então não sabemos o que se passa, mas esses de naparamas não têm armas, e não é possível combater terroristas assim”.
No entanto, na terça-feira, os canais do Estado Islâmico anunciaram que 12 membros ligados às forças do governo tinham sido mortos na província de Cabo Delgado.
Nenhuma reação das autoridades de Cabo Delgado ou de nível central até aqui é conhecida em torno do assunto, mesmo o governador de Cabo Delgado, que regularmente visita comunidades poucos dias após situações de género, ainda não se deslocou à Nacuale ou Nanjua onde a situação é desoladora.
Deslocamentos
Depois do ataque a situação em muitas aldeias e descrita como tensa enquanto medo toma lugar, uma situação que esta a obrigar muitas famílias a abandonar as suas aldeias para outras que consideram seguras e à cidade de Pemba “A aldeia Nacuale está completamente abandonada, ou há poucas pessoas porque o que fizeram foi demais, mataram muitas pessoas, ainda pela manhã foi localizado um corpo sem vida”, conta um morador a partir da cidade de Pemba. (Mussa Yussuf, em Cabo Delgado)