Uma investigação da “Integrity” que já perdura desde que o caso se mediatizou e todos os seus contornos, apuramos que afinal a luxuosa viatura de Florindo Nyusi foi adquirida por parceiros chineses na qual possuíam um memorando de entendimento para a exploração do ouro numa das suas minas no distrito de Manica, na província com o mesmo nome, por um período de 25 anos. Entretanto, depois do acidente, Florindo Nyusi contactou os seus parceiros da Golden Harvest Mining, Lda para que lhe adquirissem mais dois carros de género que custariam 70 milhões de meticais, sendo 35 cada.
Indignados, os parceiros da FLOMINING retorquiram que o acordado não era aquilo, tendo este imediatamente contactado o pai, o Presidente da República, Filipe Nyusi que deu uma ordem directa para que o Director da Ordem em Manica retirasse do local os chineses e todos os seus colaboradores e integrasse novos exploradores da mina.
Humilhados, conforme apuramos e reportamos na edição do dia 04 de novembro de 2024, os parceiros de Florindo Nyusi que adquiriram a viatura foram retirados a força da mina, seus bens e valores monetários roubados e o cúmulo de tudo foram injustiçados pelo Juiz Presidente de Manica, Efigénio Baptista, a mão do sistema no mediatizado julgamento das dívidas ocultas.
Em entrevista à “Integrity”, na ocasião, o Director da Ordem Homero Zandamela, o braço operativo da família Nyusi no Teatro das Operações minerativas em Manica, disse que independentemente do que fizéssemos este caso não tinha pernas para andar, facto é que mesmo com uma ordem do Tribunal distrital de Manica, o agente da PRM e seus comparsas não acataram e fizeram das suas.
Lembre-se que semanas após o acidente de viação, os três filhos do Presidente da República apareceram em hasta pública exibindo três viaturas iguais, mas os contornos do caso ao nível judicial nunca mais foram tornados públicos, dando a entender que a culpa acabou morrendo sozinha, mesmo depois de tanta pressão das organizações de defesa de direitos humanos e da justiça.
Na altura, o Centro para os Direitos Humanos e Democracia (CDD), liderado por Adriano Nuvunga, denunciou todas as manobras em volta do caso. Já a Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) através do seu bastonário Carlos Martins disse que o caso constituía um grande desafio para testar a seriedade da “justiça moçambicana”, que infelizmente o tempo acabou confirmando todas estas linhas de abordagem.
Os novos parceiros de Florindo Nyusi na mina
Entretanto, “Integrity” apurou que a empresa Golden Harvest Mining, Lda detida por capital chinesa extraia ouro nas montanhas de Penhalonga com licença mineira pertencente a empresa da família presidencial a Flomining SA foi substituída por outra Chinesa MMMT.
A Golden Harvest Mining, LTDA perdeu o recurso interposto pelo tribunal, ou seja, o colectivo de juízes do tribunal provincial de Manica decidiu a favor da empresa presidencial a Flomining SA.
A Golden Harvest Mining LTDA foi despejada do local e neste momento só lhes falta a retirada das máquinas no local uma vez que os pelos menos 15 chineses que exploravam o ouro com a licença da Flomining SA foram compulsivamente expulsos do distrito de Manica.
Fontes da Integrity na região de Penhalonga avançam que a Golden Harvest após o diferendo nunca mais voltou ao local pelo que está sendo substituída por MMMT também de capitais Chineses.
“No dia que foram expulsos, levaram apenas malas com roupas, e esses dias estão apenas a procurar retirar as suas maquinarias porque já tem outra empresa que vai operar no local e no entanto o filho de Presidente que era vulgar na zona por esses dias anda sumido” explicou a fonte tendo acrescentado que o ambiente na zona mineira de Manica está calmo.
A Flomining, SA obteve concessões numa área de cerca de 4000 hectares para a exploração de ouro nas zonas de Penhalonga e Machipanda no distrito de Manica, província com o mesmo nome da região centro de Moçambique.
A Flomining, SA opera na província de Manica desde 2018. As concessões atribuídas à mineradora são exploradas por mineradores chineses, facto que chama atenção particular para a possibilidade de que esta esteja simplesmente a alugar licenças e concessões visto que num passado recente, uma empresa, igualmente detida por Florindo Nyusi, – a Motil Moçambique, Lda – cedeu a “titularidade de presenças e quotas de pescas” a uma empresa chinesa denominada Nanjing Runyang Fishing Corporation. (Omardine Omar & Pedro Tawanda)