INTEGRITY, MAPUTO, 22 DE NOVEMBRO DE 2024 – “Não se tratou de um caso isolado. Diversos acontecimentos comprovam isso e, como defensor dos direitos humanos, não poderia simplesmente ficar em silêncio e assistir à morte dos meus irmãos, culpando apenas o Estado. O Estado tem os seus quadros e dirigentes que emitem ordens e precisam ser responsabilizados, pois, no meu entender, foi uma ação claramente coordenada”, afirmou o ativista.
O documento, com 80 páginas, descreve casos de mortes e feridos causados pelas forças policiais e visa, além da responsabilização pelos danos ocorridos, a proibição do exercício de qualquer cargo público por parte dos envolvidos. O ativista reuniu provas substanciais, incluindo balas de borracha, balas reais e cartuchos de gás lacrimogéneo disparados pela polícia.
“As fotos e os documentos que me entregaram servem para essa finalidade. Não adianta perseguirem-me, pois já não estão mais comigo. Se algo me acontecer ou à minha família, o povo certamente saberá de onde vem… mas nunca estarei desamparado”, alertou Wilker Dias.
O caso segue agora para investigação, com as autoridades competentes desafiadas a responderem pelos atos de violência, enquanto a sociedade acompanha os desdobramentos desta denúncia de grande repercussão.
A denúncia de Wilker Dias coloca em causa a conduta das autoridades durante as manifestações, um tema que continua a gerar intensos debates sobre os limites da ação policial em contextos de desobediência civil. A sociedade espera uma resposta das instituições e a devida proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos, que, segundo o ativista, não podem ser violados sem que os responsáveis sejam chamados à responsabilidade. – ONÉLIO DUARTE