Filipe Nyusi falava, na tarde desta terça feira (19 de Novembro), à nação moçambicana no contexto dos últimos acontecimentos que marcaram o país. Na sua comunicação destacou a necessidade da união dos moçambicanos, para resolução dos conflitos sem envolvimento da comunidade internacional.
Esta união, segundo o Chefe de Estado, estende-se aos concorrentes a sua sucessão, nomeadamente Lutero Simango do MDM, Daniel Chapo da Frelimo, Venâncio Mondlane suportado pelo PODEMOS e Ossufo Momade candidato pela RENAMO.
“Para que eu tenha sucesso nesta missão precisamos de cada um de vocês. Quero aproveitar esta ocasião para convidar a todos os candidatos, a aceitar o meu apelo e posterior encontro, para em conjunto reunirmos os quatro, avaliarmos esta situação e encontrarmos uma solução que beneficie os moçambicanos”, afirmou.
O alto magistrado da nação moçambicana argumentou a disponibilidade em dialogar justificando que os cidadãos precisam do encontro para que as diferenças sejam resolvidas mutuamente buscando consensos.
“O meu governo está aberto para juntos encontrarmos a solução. E tudo faremos a partir das ameaças que por vezes aparecem contra a vida pessoal”, frisou lembrando dos diálogos com o falecido líder da RENAMO Afonso Dhlakama.
Estes pronunciamentos são feitos numa altura em que as manifestações, iniciadas há quase um mês, feriram pelo menos 807 cidadãos e causaram 19 vítimas mortais segundo Filipe Nyusi, no entanto as Organizações da Sociedade Civil falam de 50 mortes.
Em quase um mês de protestos, o sector da saúde foi o mais afectado tendo causado a redução na ordem de 60% no número de pacientes atendidos, em pelo menos 54% das doações de sangue e no número de crianças vacinadas.
Diante da situação de instabilidade e consequente insegurança pública, apesar da pronta actuação das Forças Armadas de Defesa e Segurança de Moçambique assim como da Polícia, Filipe Nyusi diz que os apelos para resolução deste conflito através do diálogo vem de todos os lados.
“Clamores de diversos quadrados levantam-se contra esta tentativa de instalar o caos no nosso país. Destacam-se os líderes de partidos políticos, líderes religiosos, associações e algumas ordens profissionais. Juntaram-se também a este clamor os movimentos cívicos dos cidadãos, nacionais, académicos, estudantes, músicos, comerciantes, vendedores informais, trabalhadores domésticos, transportadores semi colectivos, entre outros”, referiu. (Ekibal Seda)